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Mercado formal

Apesar da pandemia, país criou 143 mil novos empregos com carteira assinada em 2020

Prazo para prorrogação do seguro-desemprego
(Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo)

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Apesar da crise causada pela pandemia de Covid-19, o mercado formal de trabalho conseguiu reagir no ano passado. O Brasil criou 142.690 vagas com carteira assinada em 2020, resultado da diferença entre 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos ao longo do ano.

Foi o terceiro ano seguido com geração de vagas, mas o pior resultado desde 2017, quando foram fechadas 20.832 vagas com carteira assinada. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Ministério da Economia.

O país chegou a perder 1,6 milhão de empregos no auge da pandemia, de março a junho, mas conseguiu se recuperar no segundo semestre, compensando o resultado negativo da primeira parte do ano. Até recordes na geração de vagas foram batidos de agosto a novembro de 2020, em um sinal de retomada do mercado com carteira assinada.

Em dezembro, mês que é tradicionalmente marcado por centenas de milhares de demissões, o Brasil fechou apenas 67.906 empregos formais. Em dezembro de 2019, por exemplo, foram fechadas 307.311 vagas. O número recente foi o melhor saldo para um mês de dezembro desde 1995.

Com a retomada registrada no segundo semestre, a perda de empregos no acumulado do ano de 2020 foi bem menor que a registrada em 2015 e 2016, quando o país estava em recessão. Em 2016, o país perdeu 1,3 milhão de vagas. Em 2015, o tombo foi ainda pior: fechamento de 1,5 milhão postos de trabalho, segundo dados do Caged ajustados divulgados nesta quinta.

Guedes atribui resultado positivo do Caged a programa de emprego

O resultado de 2020 confirmou as expectativa positivas do ministro Paulo Guedes, que comemorou o resultado nesta quinta. "Num ano terrível, em que o PIB caiu 4,5%, nós criamos 142 mil novos empregos", ressaltou.

O ministro atribuiu o resultado positivo do Caged ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que atingiu quase 10 milhões de trabalhadores. O programa permitiu a redução de jornada e salário e a suspensão temporária do contrato de trabalho dos empregados da iniciativa privada durante parte do ano passado, evitando demissões.

O governo estuda como reeditar o BEm em 2021. Em 2020, o programa custou R$ 33,5 bilhões aos cofres públicos, pois os trabalhadores atingidos receberam um benefício do governo para amenizar a perda de renda.

Os secretários Bruno Bianco (Previdência e Trabalho) e Bruno Dalcolmo (Trabalho) acrescentaram outro motivo para o saldo positivo do Caged em 2020: a recuperação da economia nos últimos quatro meses do ano, que aumentaram a demanda e fizeram com que as empresas acelerassem as contratações.

Somente Serviços e Sudeste tiveram saldo negativo em 2020

Ainda segundo os dados do Caged, no acumulado do ano de 2020, apenas o setor de serviços - o mais afetado pela pandemia - teve saldo negativo na geração de vagas. O setor acabou fechando 132.584 postos de trabalho. Já a construção civil e a indústria tiveram os melhores desempenhos. O setor ligado a obras criou 112.174 vagas em 2020 e a indústria, 95.588. A agricultura criou 61.637 postos de trabalho.

Entre as cinco regiões do país, quatro tiveram saldo positivo no acumulado do ano. Apenas o Sudeste perdeu vagas, com perda de 88.785 empregos. O estado da região mais afetado pela crise foi o Rio de Janeiro que, sozinho, fechou 127.155 postos de trabalho.

O Sul teve o melhor desempenho do Caged em 2020, com 85.500 vagas criadas, seguido pelo Norte (62.265), Centro-Oeste (51.048) e Nordeste (34.689).

País perdeu mais de 1 milhão de empregos na pandemia, mas se recuperou

Segundo dados do Caged, o país perdeu 1,6 milhão de empregos de março a junho, quando muitos estados e municípios adotaram medidas de isolamento social para conter o avanço do vírus. O pior mês foi o de abril, com a destruição de 951,5 mil postos de trabalho.

Mas, a partir de julho, o Brasil voltou a gerar empregos, ao criar 137,7 mil postos de trabalho, o melhor resultado para o mês desde 2012. A partir daí, o país não parou de gerar vagas e bater recordes.

Em agosto, foram abertos 243,3 mil empregos com carteira assinada, melhor resultado para o mês em dez anos. Em seguida, 317,4 mil vagas, no melhor setembro desde o início da série histórica do antigo Caged, em 1992. Em outubro, um novo recorde: criação de 390,7 mil vagas. Em novembro, 397,3 mil vagas. Os dados são com os ajustes declarados até o mês de dezembro.

O Caged traz dados apenas do mercado formal de trabalho, informado pelos empregadores ao sistema e-Social, do governo. Já o índice de desemprego medido pelo IBGE engloba também os dados sobre o emprego informal, a partir de pesquisa de campo feita diretamente com os trabalhadores.

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