O país gerou 277 mil empregos com carteira assinada em maio, já descontas as demissões, segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). O número, informado nesta terça-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência, é 40% maior que o de abril (197,4 mil vagas) e ficou 4% acima do saldo de maio de 2021 (266,4 mil).
O saldo de empregos formais de maio superou com folga as expectativas do mercado – que, na média, aguardava algo próximo de 182 mil vagas, de acordo com relatório do departamento econômico do banco Bradesco. Segundo o Novo Caged, o total de empregados com carteira assinada no país chegou a 41,7 milhões.
Todos os estados do país registraram mais contratações que demissões no mercado formal em maio, e em 22 deles o saldo de empregos formais foi melhor que o de abril.
Ainda segundo o Novo Caged, no acumulado de janeiro a maio a economia brasileira gerou 1,05 milhão de vagas com carteira assinada, cerca de 9% abaixo do saldo do mesmo período de 2021. Em 12 meses até maio, o total de vagas chegou a 1,96 milhão. Esse dado melhorou em relação a abril, quando a geração em 12 meses totalizava 1,86 milhão de empregos formais.
Na divisão por setores econômicos, os cinco grupamentos tiveram saldo positivo de empregos em maio, com mais admissões que demissões, e em todos os números foram melhores que os de abril. Foram 120,3 mil vagas geradas em serviços; 47,6 mil no comércio; 47 mil na indústria; 35,4 mil na construção; e 26,7 mil em agricultura, pecuária, produção florestal e pesca.
Um ponto negativo do relatório do Novo Caged de maio foi a questão salarial: os pagamentos não estão acompanhando a alta de preços. Tanto o salário médio dos contratados quanto dos demitidos diminuiu em termos reais, isto é, descontada a inflação.
O salário médio de admissão em maio foi de R$ 1.898,02, 0,9% abaixo do de abril (R$ 1.916,07), em termos reais. Na comparação com maio de 2021, quando o salário médio atualizado pela inflação foi de R$ 2.010,68, a queda real foi de 5,6%.
O salário médio de desligamento em maio, por sua vez, foi de R$ 1.957,78, 0,4% abaixo do de abril (R$ 1.966,54) e 6% menor que o de maio de 2021 (R$ 2.082,61).
Números surpreenderam, mas mercado deve desacelerar no 2.º semestre, dizem economistas
Em nota, o economista-chefe do banco Original, Marco Caruso, e o economista Eduardo Vilarim disseram que o relatório surpreendeu expectativas e afirmaram que o único ponto negativo foram "os rendimentos ainda pressionados".
“A partir do segundo semestre, entendemos que o mercado de trabalho deva desacelerar, sentindo maiores efeitos dos juros mais altos (estimamos uma Selic terminal de 13,75%) sobre crédito e investimentos”, escreveram os economistas do Original.
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