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Pelo terceiro mês consecutivo, o Brasil registrou saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada, em um sinal de retomada do mercado de trabalho após o baque causado pela pandemia de coronavírus. Foram criados 313.564 postos de trabalho em setembro. O resultado é decorrente de 1.379.509 admissões e 1.065.945 desligamentos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Ministério da Economia.
O resultado de setembro foi o melhor para um mês em todo o ano de 2020 até agora. Também foi o melhor resultado para meses de setembro desde o início da série histórica, em 1992. Até então, o melhor valor em setembro tinha sido registrado em 2008, quando foram abertas 282.841 vagas com carteira assinada.
Todos os setores da economia brasileira registram saldo positivo em setembro de 2020. O desempenho do mês foi puxado principalmente pela indústria da transformação, que abriu 108.283 vagas. O setor de serviços abriu 80.481; no comércio, foram 69.239 novos postos; na construção, 45.249; e na agropecuária, 7.751.
As cinco regiões do país também registraram saldo positivo em setembro. A alta no Nordeste foi a maior: 1,38%, em relação ao ano passado, com 85.336 novos postos. Depois, aparece o Norte, com aumento de 1,15% e 20.640 novas vagas de emprego com carteira assinada. No Sul, a alta foi de 0,85% e 60.319 novas vagas; no Sudeste, 0,65% e 128.094; e no Centro-Oeste, 0,59% e 19.194 novas vagas.
"Estamos criando emprego por três meses seguidos e em ritmo crescente", comemorou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em coletiva de imprensa virtual nesta quinta-feira (29). "Todas as regiões e os setores criaram vagas em setembro. Isso configura o fenômeno da volta em V da economia brasileira. Mesmo os serviço que estavam com dificuldades criaram 80 mil empregos. Temos claramente a volta em V da economia", completou.
Acumulado do ano no Caged
No acumulado do ano até setembro, o dado de geração de vagas é negativo. Foram fechados 558.597 postos de trabalho, resultado de 10.617.333 admissões e 11.175.930 desligamentos. O resultado é influenciado pela crise causada pela Covid-19.
No primeiro semestre do ano, quando estados e municípios adotaram medidas de isolamento social, foram fechadas 1,19 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada . Segundo dados do Caged, 1,53 milhão de postos de trabalho perdidos foram perdido no auge da pandemia, de março a junho, sendo o fundo do poço tendo sido registrado em abril (menos 918,2 mil vagas).
O resultado negativo começou a ser revertido neste segundo semestre. Em julho, foram criadas 131 mil vagas, mês que encerrou o ciclo negativo de quatro meses de demissões. Em agosto, foram mais 294,4 mil postos de trabalho. E agora em setembro, 313 mil vagas, o melhor mês do ano.
O ministro Paulo Guedes também destacou que o resultado acumulado do ano, apesar de ainda negativo, é menor que a perda registrada na última recessão econômica, entre 2015 e 2016. Isso demonstra, na sua visão, que as medidas do governo surtiram efeito. Em 2015, de janeiro a setembro, o país fechou 657,7 mil vagas. Em 2016, no mesmo período, foram fechadas 683,6 mil vagas.