Brasília (AE) A criação de empregos formais no governo Luiz Inácio Lula da Silva segue desacelerando. Em junho, foram criados 195.536 empregos com carteira assinada. Embora positivo, o saldo caiu em relação ao mês de maio, quando atingiu 212.450 ocupações. É também menor do que o saldo de 207.895 registrado em junho do ano passado.
Considerando o saldo de vagas abertas no primeiro semestre, a situação se repete. De acordo com os números divulgados ontem pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o mercado de trabalho foi capaz de criar nos seis primeiros meses do ano, 966.303 empregos formais. No entanto, no mesmo período do ano passado o saldo líquido do emprego havia sido maior: 1.034.656 vagas.
O novo ministro do Trabalho admite a desaceleração, mas se diz otimista em relação ao futuro. "Desaceleração não é estagnação. A geração de empregos diminuiu o ritmo, mas não parou", observou. Para Marinho, o país iniciará, em breve, a retomada do crescimento. "Não há nada no horizonte que indique o contrário", justificou.
O ministro atribuiu aos juros altos e ao câmbio a responsabilidade pela desaceleração, mas argumentou que esse cenário está mudando. "Os juros já pararam de subir e, se depender da minha torcida, a taxa começará a cair já este mês." A queda da taxa de juros, de acordo com Marinho, levará a um ajuste natural do câmbio.
Os dados divulgados hoje mostram que setores ligados à exportação já estão cortando vagas. São exemplos a indústria da madeira e mobiliário (menos 2.597 empregos no mês), a indústria da borracha, fumo, couros e peles (menos 2.545), a indústria de calçados (menos 1.797) e a indústria de material do transporte (menos 425). A indústria de transformação também mostra menos fôlego. Foram criados 16.993 postos no mês, o que foi considerado baixo pelos técnicos. Os setores que mais contribuíram para a criação de emprego foram a agropecuária (80.350 postos de trabalho), serviços (46.669) e comércio (32.123).
Marinho reafirmou, em sua primeira entrevista coletiva o que já tinha prometido na solenidade de transmissão de cargo: obter, daqui até o fim do mandato do presidente Lula, uma média mensal de 100 mil empregos formais. "É nossa meta-desafio", disse o ministro. Marinho acredita que será possível ao governo alcançar os 10 milhões de empregos prometidos em campanha, sendo metade deles no setor informal.
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