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Reforma tributária

Caiado diz que reforma tributária criará “sonegação incontida”

Ronaldo Caiado
Principal crítico da reforma tributária, Caiado aponta ainda que governadores não questionaram por conta do longo prazo de transição. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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No mesmo dia em que a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para a tramitação do segundo projeto de regulamentação da reforma tributária, o governador Ronaldo Caiado (União-GO), de Goiás, disparou contra dizendo que a proposta criará uma “sonegação incontida” de impostos.

Para ele, haverá uma grande dificuldade em se gerenciar o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que reunirá os impostos estaduais e municipais que incidem sobre bens e serviços, como ICMS e ISS. Ele é um dos maiores críticos da reforma tributária no formato que foi aprovada.

“A CBS [Contribuição sobre Bens e Serviços, que reúne tributos federais] não tem nenhuma dificuldade [de implementação]. No IBS, é um teórico que conhece pouco a realidade, a vida como ela é. A vida como ela é, no momento em que votarem 30% de IVA, a sonegação vai ser incontida. Isso vai ser uma realidade”, disse Caiado durante um evento a investidores na segunda (12).

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A citação a 30% é em referência à alíquota padrão que, atualmente, está em 26,5%, mas que, após a aprovação da isenção das carnes, pode aumentar e passar de 27%. Dependendo de como tramitar no Senado neste segundo semestre, ainda pode sofrer mudanças.

Caiado destacou que a alta alíquota padrão pode fomentar uma cultura de evasão fiscal entre os contribuintes. Ele ilustrou a questão mencionando que, atualmente, é necessário oferecer prêmios para incentivar a população a exigir notas fiscais, sugerindo que esse comportamento se intensificaria com a nova alíquota.

Apesar das críticas, Caiado reconheceu uma estratégia eficaz do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assegurar a aprovação da reforma: o longo período de transição. Segundo ele, a maioria dos efeitos da mudança sobre estados e municípios só será percebida na próxima década.

“Como eles jogaram para frente, a maioria [dos governadores e prefeitos em exercício] diz o seguinte: pra que vou comprar briga com o governo federal”, questionou Caiado insinuando que o impacto diluído ao longo do tempo reduz a resistência à reforma.

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E meados de julho, ele criticou a reforma por centralizar a arrecadação e distribuição dos impostos em Brasília, afirmando que é necessário um “compartilhamento do poder”. Ele, que é candidato à sucessão presidencial em 2026, disse que vai mostrar que a “democracia exige que as pessoas tenham compartilhamento do poder para desenvolver um país que hoje caminha para o atraso”.

A intenção de Caiado de disputar a presidência em 2026 não é nova e já vem sendo ventilada desde o final do ano passado. Ao longo do primeiro semestre deste ano, ele confirmou várias vezes que pretende participar e que é o principal nome do União Brasil para a disputa.

Além das críticas à reforma tributária, Caiado também apontou problemas no sistema de emendas parlamentares impositivas, que têm ocupado uma fatia crescente do Orçamento Público. De acordo com ele, “o fator determinante e que está destruindo o parlamento hoje é exatamente esse nível de abrangência de emendas impositivas, sejam elas individuais, de comissão, de bancada. Você está deformando a cultura do parlamento”.

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