Greves de bancários e Correios perdem força, mas continuam

Perto de completar três semanas, as greves dos bancários e dos trabalhadores dos Correios em Curitiba têm seus efeitos atenuados por liminares obtidas na Justiça pelos patrões de ambas as categorias. Nos bancos, o número de agências fechadas diminui desde sexta-feira (27), como efeito de interditos proibitórios obtidos por Bradesco, Itaú e HSBC. Leia matéria completa.

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A Caixa Econômica Federal (CEF) se comprometeu a manter algumas agências da capital e região metropolitana abastecidas com envelope para depósitos em cheques. O material estava em falta em unidades da instituição, o que gerou inúmeras reclamações de clientes do banco junto ao Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR). A resposta da CEF para solucionar o problema apontado pelo Procon foi emitida nesta segunda-feira (30).

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De acordo com o órgão, o acordo contempla as agências Sítio Cercado, Pinheirinho, Portão, Carlos Gomes, Santa Felicidade, Mercês, Marechal Deodoro, Vila Hauer, Bacacheri e São José dos Pinhais. A iniciativa de solucionar o transtorno foi da própria instituição.

"Multar não resolveria o problema, aí entramos em contato com o sindicato, mas a própria Caixa se comprometeu a resolver a situação. Não conseguimos resolver tudo, mas já conseguimos resolver um ponto importante disso tudo", declarou a coordenadora do Procon-PR, Cláudia Silvano.

Mesmo com o direito de greve garantido pelo Constituição Federal, a Legislação prevê que, em casos de paralisação dos trabalhadores em bancos, serviços mínimos devem ser mantidos aos clientes, entre eles, a compensação de cheques e a transferência de dinheiro entre contas de bancos diferentes.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região metropolitana informou que foi a própria instituição que retirou a opção de depósito das agências, e que o sindicato não impede o acesso ao serviço.

A CEF confirmou a informação. A instituição acrescentou ainda que está providenciando para que mais agências tenham envelopes disponíveis.

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Terceira semana

O 13º dia de paralisação da categoria registra 338 agências fechadas em Curitiba e região metropolitana. Somente na capital, são 224. No Paraná, somando as agências ligadas à FETEC-CUT-PR e à FEEB-PR, as unidades que mantêm as portas fechadas neste dia chegam a 1.125. No total, o estado tem 1.591 agências e 31,3 mil bancários.

Em comparação com esta segunda-feira, a quantidade de agências fechadas praticamente se manteve estável. De todos os dias de paralisação, o maior número de unidades sem atividades foi registrado no dia 26 de setembro, quando eram 378 agências sem expediente em Curitiba e RMC.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, a paralisação do setor está longe de estar com os dias contados. A não ser que a classe patronal apresente uma nova proposta aos grevistas – o que não tinha surgido até o início da tarde desta terça – os trabalhadores devem manter os braços cruzados por tempo indeterminado.

"Os sinais que os banqueiros têm dado é de uma greve longa, porque de fato é um movimento muito forte, não só aqui no Paraná, em Curitiba, mas em todo o país. E o banqueiro continua em silêncio. Isso a gente tem percebido que tem indignado ainda mais os bancários. Por enquanto, nem indicativo de reunião temos", declarou o presidente da entidade, Otávio Dias.

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Segundo informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), nesta segunda-feira (30) 10.822 agências e centros administrativos estavam sem expediente nos 26 estados brasileiros e também no Distrito Federal.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu reajuste de 6,1% nos salários e benefícios dos funcionários, mas que a proposta foi recusada pelas lideranças sindicais.

Segundo o órgão, as lideranças, no entanto, não indicam os ajustes pontuais que gostariam que fossem feitos. "Elas sempre retomam a pauta inicial apresentada, de reajuste de 11,93%, que, por sua vez, não foi aceita pelos bancos. Isso não é negociar", consta na nota encaminhada à reportagem.