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Falta de recursos

Caixa confirma novas regras para financiamento de imóveis; veja o que muda

Caixa terá novas regras para financiamento imobiliário
Caixa terá novas regras para financiamento imobiliário (Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo / Arquivo)

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A Caixa Econômica Federal adotará novas regras para o financiamento imobiliário a partir do dia 1º de novembro deste ano. À Gazeta do Povo, o banco confirmou que limitará o financiamento para aquisição de imóveis ou construção individual, e o valor de avaliação ou de compra e venda será de no máximo R$ 1,5 milhão. Esse tipo de financiamento é realizado com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos, o SBPE.

Além disso, a Caixa ainda informou que a cota máxima de financiamento admitida será de até 70% do valor do imóvel, para o Sistema de Amortização Constante, o SAC, e de até 50% com o sistema PRICE. Atualmente, os percentuais limites de financiamento praticados pela Caixa são de 80% do valor do imóvel para tabela SAC e de 70% para a tabela Price. As regras valem para clientes que ainda não possuem financiamento habitacional ativo com a Caixa.

A Caixa ainda afirmou que a alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão “não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco, mantendo-se nesse caso as condições vigentes atualmente”.

Recentemente, conforme reportou a Gazeta do Povo, a Caixa enviou um comunicado a agentes imobiliários informando sobre a mudança. No entanto, a data estimada para o início da aplicação da nova regra, que era 21 de outubro, foi adiada para 1º de novembro.

Atualmente, a Caixa responde por 68% dos financiamentos da casa própria no país, com cerca de R$ 800 bilhões em crédito habitacional. Até setembro de 2024, o banco afirmou já ter concedido R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023.

No segmento da poupança, SBPE, a Caixa detém a maior participação no mercado, com 48,3% de contratação dos financiamentos do país, o que corresponde a R$ 63,5 bilhões das operações realizadas pelo banco até setembro.

No entanto, a alta da Selic, que faz com que a população busque investimentos mais rentáveis, e os seguidos déficits nos depósitos da caderneta de poupança têm feito com que os recursos para o financiamento habitacional fossem reduzidos.

Fontes ligadas à Caixa afirmaram à Gazeta do Povo que os contratos já não estavam sendo fechados há algum tempo. Em geral, em novembro e dezembro, é normal que os financiamentos fiquem mais escassos, em razão dos bancos terem utilizado os recursos previamente destinados para o crédito imobiliário para fechar contratos ao longo do ano. No entanto, neste ano, essa redução no número de contratos assinados foi antecipada.

A Caixa não confirmou nem desmentiu a baixa nos recursos, apenas afirmou que a carteira está crescendo mais que o programado e que "estuda constantemente" medidas para atender a "demanda excedente".

A necessidade de reestruturar o financiamento imobiliário já vinha sendo aventada pela instituição desde o início do ano, segundo declarações do próprio presidente da Caixa, Carlos Vieira. As estimativas da direção eram de que somente em 2025 o banco enfrentaria a necessidade de readequar o crédito imobiliário. A realidade da escassez para o crédito imobiliário, no entanto, chegou mais rápido.  

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