Na próxima quarta-feira, o caixa eletrônico completará 40 anos de idade. Foi no dia 27 de junho de 1967 que o banco britânico Barclays se antecipou à concorrência e inaugurou o primeiro ATM, sigla pela qual o equipamento é internacionalmente conhecido e que significa Automated Teller Machine (ou "máquina de caixa automático"). Conta a história que uma multidão de ingleses curiosos foi até a agência de Enfield, no norte de Londres, para conferir a novidade projetada pela fabricante De La Rue.
O sistema de automatização chegou ao Brasil no início da década seguinte, com a instalação dos primeiros SOS Bradesco, em São Paulo. Esses terminais só serviam para saques e funcionavam de uma maneira no mínimo curiosa. Os cartões perfurados, e não magnéticos eram retidos pela geringonça no momento da transação e o banco se encarregava de devolvê-los, via correio, ao correntista. O diretor de soluções em tecnologia da consultoria Gennari & Peartree (G&P), Antonio Martinez Carrara, explica que o SOS Bradesco também introduziu o drive-thru no país. "Era um auto-atendimento limitado, mas pioneiro. Os furos no próprio cartão do usuário indicavam o valor a ser sacado."
Carrara, que é especialista em automação bancária e consultor para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), conta que os curitibanos serviram de cobaia para a introdução dos ATMs em território nacional. Em julho de 1983, a capital paranaense ganhou o primeiro posto do Banco 24 Horas. O Banco Eletrônico Itaú e o Bradesco Instantâneo já vinham funcionando desde 1981 e 1982, respectivamente, em outras praças. Mas foi o surgimento da rede de quiosques alaranjados formada por uma sociedade de grandes bancos brasileiros que popularizou o auto-atendimento bancário no Brasil.