A Caixa Econômica Federal, que detém quase 70% do crédito imobiliário no país, aumentou, pela segunda vez no ano, as taxas de juros das operações para financiamento de imóveis residenciais contratadas com recursos da poupança. As novas taxas passaram a ser aplicadas nos imóveis que foram financiados desde a última segunda-feira (13).
O banco, porém, só confirmou que subiu os juros nesta quinta (16). A instituição respondeu, em nota, que o aumento de 0,3 pontos porcentuais nas taxas foi motivado pela alta dos juros básicos da economia, a Selic, atualmente em 12,75%, patamar decidido há mais de um mês. A última vez que o banco estatal tinha subido os juros do crédito habitacional foi em janeiro, após congelamento que durou todo o ano de 2014.
Como a Caixa é líder isolada no segmento, alterações nas taxas praticadas pelo banco são seguidas pelos concorrentes. O aumento também impacta no ritmo de atividade da construção civil. Para Miguel José Ribeiro, da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), “este movimento deverá ser seguido pelos demais bancos, já que a Selic vem apresentando elevação, frente a um ambiente de maior inflação”.
Correntistas
A taxa balcão – para consumidores sem relacionamento com a Caixa – subiu de 9,15% ao ano para 9,45%. Para quem já tem relacionamento com o banco (correntista, por exemplo), os juros subiram de 9% para 9,3%. Os clientes que ainda recebem pelo banco pagam taxa de 9%, ante 8,7% definida em janeiro. Essa é a mesma taxa de servidores públicos que são correntistas do banco. Para os servidores públicos que, além de correntistas, recebem pela instituição, a Caixa cobra juros de 8,8% nos financiamentos desde segunda-feira, ante 8,5% de janeiro.
O valor total do financiamento de R$ 500 mil em 30 anos ficou R$ 46,5 mil mais caro para os consumidores que não são clientes da Caixa e pagam a taxa balcão. Cada uma das 360 parcelas mensais passou de R$ 3.937,07 para R$ 4.066,36, de acordo com os cálculos da Anefac. Para os outros tipos de financiamento, o impacto do aumento nas taxas variou de R$ 30 mil a R$ 45 mil nessa mesma simulação.
A Caixa informou que as taxas dos financiamentos contratados com recursos do FGTS, que incluem os do programa Minha Casa, Minha Vida, não sofreram reajuste.
Além de subir as taxas, o banco também reduziu o porcentual máximo de financiamento da casa própria, de 90% para 80%. Para contratações pelo sistema de amortização Tabela Price, a cota máxima de financiamento foi reduzida de 70% para 50%.