Brasília (Folhapress) Atingidos pela desaceleração das exportações do setor devido ao câmbio, empresários da área calçadista e de couros saíram ontem da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com três das sete reivindicações atendidas e a promessa de maior controle das importações da China. Os empresários obtiveram do governo o ajuste de duas linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Uma para embarque de produtos, cujo custo de financiamento é composto originalmente de 80% pela TJLP e 20% de variação cambial e passará para o setor a 100% pela TJLP. A outra linha é destinada a capital de giro e terminaria neste mês, mas terá o prazo prorrogado para as empresas de calçados e couro, sem data definida para ser encerrada. São 18 meses de carência e mais seis para o pagamento. O setor estima que, somando as duas linhas de financiamento, as empresas precisariam de um teto máximo de R$ 4 bilhões.
O terceiro pedido atendido foi a criação de uma força-tarefa de técnicos da Receita Federal para agilizar a compensação de crédito tributário das empresas decorrente da cobrança do PIS-Cofins. Considerado um dos principais setores de exportação, o couro-calçadista registrou uma queda de 11% no volume de embarque entre janeiro e novembro em comparação a 2004, o que representa 20,3 milhões de pares que deixaram de ser vendidos ao exterior. O governo prometeu aos empresários incluir todas as importações de calçados vindas da China no chamado "canal cinza", ou seja, fiscalização que verifica toda a documentação para checar se há ou não subfaturamento.