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Mercados

Câmbio chinês puxa alta da Vale e Bovespa sobe

Vendedor de melancia chinês observa notas de yuan: para analistas, moeda vai se valorizar entre 2% e 5% em 2010 | Stringer/Reuters
Vendedor de melancia chinês observa notas de yuan: para analistas, moeda vai se valorizar entre 2% e 5% em 2010 (Foto: Stringer/Reuters)

A flexibilização do regime cambial chinês, anunciada no sábado, foi bem recebida pelos mercados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 0,61%, puxada principalmente pelas ações da Vale e de siderúrgicas. As empresas baseadas em matérias-primas devem ser favorecidas pelas mudanças na China. A ação preferencial da Vale, por exemplo, ficou 2,9% mais cara. A China é a maior cliente da empresa. O yuan permanecia fixo em relação ao dólar há 23 meses. A percepção é de que a mudança aumentará o poder de compra da moeda chinesa e, por tabela, aumentará o volume de compra de produtos, sobretudo commodities. Daí a alta dos metais e do petróleo ontem, puxando os papéis das empresas relacionadas.

A moeda brasileira também se fortaleceu com as notícias chinesas. No mercado de câmbio doméstico, o dólar chegou a recuar até R$ 1,75, subindo novamente e se mantendo em R$ 1,774 até o fechamento (leve alta de 0,11%).As principais bolsas europeias se valorizaram em torno de 1%, mas as bolsas americanas encerraram o pregão em terreno negativo.

Valorização

Ontem, o yuan se valorizou 0,43%. Apesar da variação pequena, foi o maior índice dos últimos cinco anos. A valorização se aproximou do teto permitido – a moeda pode variar diariamente no máximo 0,5% para cima ou para baixo, a partir do ponto de referência. O comportamento de ontem indica que o BC chinês deve manter a linha anunciada no domingo, de que a taxa de câmbio ficaria "basicamente estável".

A maior parte das análises no mercado projeta uma valorização do yuan entre 2% e 5% até o fim deste ano. "Não existe a flutuação livre do yuan neste momento, portanto o governo não fará nenhuma megavalorização", disse Zheng Xin Li, do Centro Chinês para Intercâmbio Econômico Internacional da China. Ele aposta num tipo de flutuação menos atrelada ao dólar e com variações maiores em relação a outras moedas. EUA e União Europeia creditam ao yuan desvalorizado grande parte do desequilíbrio no comércio global, ao tornar as exportações chinesas artificialmente mais baratas, ao mesmo tempo em que reduz o poder de compra no mercado interno.

"A China tenta manter a competitividade das exportações à custa de um ‘dumping’ cambial que arrasa os produtores de outras partes do mundo, em especial com o Brasil", diz Ricardo Martins, do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp. Segundo estudo da Fiesp, o yuan tem desvalorização artificial de 40%, "o que faz com que o 0,43% anunciado esteja muito longe do ideal".

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