Após amargar uma queda próxima dos 20% nos embarques ao exterior no primeiro bimestre do ano passado, a balança comercial do Paraná indicou uma retomada no mesmo período de 2016. Em comparação com 2015, as exportações tiveram alta de 7% nas vendas em dólar. Quando contabilizados em real, porém, os resultados apresentaram um salto de 57%, consequência do câmbio favorável para o comércio exterior, que quase dobrou neste período.
A melhora nas exportações foi impulsionada pela agroindústria e pelas commodities. Já os produtos manufaturados, que têm maior valor agregado, perderam espaço na balança, não esboçando a mesma reação. A participação dos industrializados foi de 48,6% no bimestre, contra 50,7% dos básicos, o pior resultado para a indústria nos últimos cinco anos.
A carne de frango, a soja e o milho foram as mercadorias que mais pesaram para o saldo positivo, seguidos pelos carros e pelos caminhões. Madeira, farelo de soja, papel, açúcar e café também tiveram participação importante nos resultados.
Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) Roberto Zucher, a alta nos embarques de frango e de soja se devem em grande parte ao aumento da demanda por carne branca no mundo e aos bons resultados da safra de soja. “Houve uma boa produção agrícola no início do ano, que foi favorecida pelo câmbio”, conta ele.
Entre os meses de janeiro e fevereiro, as vendas foram de US$ 1,874 bilhão ante US$ 1,757 bilhão em 2015. Por outro lado, quando convertidos em real, os embarques tiveram um salto de R$ 7,516 bilhões em 2016, contra R$ 4,782 bilhões no ano anterior. No acumulado de 2015, o dólar manteve uma média de R$ 2,72, enquanto que, neste ano, ela foi de R$ 4,01.
Indústria
Zurcher afirma que a demora para a recuperação da indústria, mesmo com o cenário cambial favorável, decorre dos contratos de longo prazo do setor e aos altos custos de produção. “O câmbio é apenas um dos fatores que favorecem a competitividade, mas não é o único. O custo para produção está maior, a carga tributária é grande e a infraestrutura é deficiente”, aponta.
Para o economista, outra vantagem de alguns dos setores que mais venderam no período, como a madeira, o papel e a celulose, é o fato de os insumos serem nacionais, o que os livra dos altos preços para a importação, tornando-os mais competitivos no exterior.
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