Brasília – As projeções do mercado financeiro para o desempenho econômico do país em 2006, feitas no final do ano passado, não se confirmaram. Na última semana de 2005, os analistas diziam que a inflação ficaria este ano nos 4,5% fixados como meta pelo governo, mas ela ficará pouco acima de 3%. O mercado apostava ainda que a Selic chegariam neste mês a 15%, mas os juros estão em 13,25%.

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Participante do levantamento feito semanalmente pelo BC entre instituições de mercado e analistas, o economista Carlos Thadeu Filho, da UFRJ, diz que a raiz dos equívocos está na trajetória da taxa de câmbio. No final de 2005, o mercado acreditava que o dólar estivesse valendo R$ 2,40 neste fim de ano. Ontem, a taxa era de R$ 2,14.

Com o câmbio mais valorizado, o IPCA ficaria na meta de 4,50%. Em vez disso, o câmbio ajudou a segurar os preços e o índice fechará 2006 mais de um ponto porcentual abaixo da meta. Isso explicaria também o erro de previsão da Selic. A culpa pelo erro na projeção de câmbio, segundo Carlos Thadeu, foi da balança comercial. Não se esperava, no final de 2005, que o superávit da balança terminasse este ano em US$ 45 bilhões. Na época,a estimativa era de US$ 36,98 bilhões. O câmbio mais baixo, em contrapartida, prejudicou a atividade econômica, o que afetou o crescimento do PIB. A previsão agora é de 2,76% – ou 0,74% menos que há um ano.

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