O bom momento de mercados como os de caminhões, máquinas agrícolas e fertilizantes revigorou a indústria paranaense, que nos últimos meses vem se recuperando de um primeiro semestre um tanto irregular.
Em agosto, a produção estadual cresceu pelo segundo mês consecutivo, com avanço de 3,6% em relação a julho, e alcançou seu maior nível desde o início do ano. No confronto com o mesmo mês de 2012, o aumento foi de 12,3%, o quinto seguido nesse tipo de comparação. Em ambos os casos, os números paranaenses foram os mais altos dentre os 14 locais pesquisados pelo IBGE.
A reação paranaense ocorre ao mesmo tempo em que a indústria brasileira, em seu conjunto, coloca o pé no freio: em julho, a produção nacional baixou 2,4% e, em agosto, ficou estável.
Graças aos resultados recentes, a indústria do Paraná passou a exibir uma expansão de 3,1% no acumulado de 2013, a terceira mais alta do país. E, pela primeira vez desde o início do ano, superou a média nacional nesse indicador de janeiro a agosto, a produção brasileira cresceu 1,6% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O crescimento paranaense também é mais disseminado. Por aqui, dez dos 14 segmentos monitorados, ou 71% do total, estão produzindo mais em 2013. No Brasil, 14 de 26 (54%) estão em alta.
Mas a alta da produção, constatada pelo IBGE, não parece estar se refletindo no caixa das empresas. Os números do faturamento industrial, estimados pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), indicam estabilidade em relação a 2012, o que levou a entidade a rebaixar suas projeções para este ano.
Avaliação
"Na contramão da trajetória de retração da produção fabril nacional, as estatísticas do IBGE revelam consistente recuperação da indústria paranaense", disse, em nota, a economista Ana Silvia Martins Franco, técnica do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
O agronegócio, segundo Ana Silvia, é um dos principais responsáveis pela reação da indústria. Com safra recorde e preços ainda elevados no mercado internacional, o setor elevou as compras de produtos como adubos, tratores e caminhões, com reflexos diretos em grandes companhias industriais instaladas no estado.
As vendas de caminhões da Volvo no mercado interno, por exemplo, aumentaram 45% neste ano, recuperando-se da queda de 17% sofrida em 2012. A Case New Holland (CNH), por sua vez, comemora um aumento de 42% nas vendas de tratores.
Além de setores ligados ao agronegócio, outro destaque neste ano é a indústria de minerais não metálicos, que produz insumos para a construção civil entre eles, o cimento. Com alta de 7,3% de janeiro a agosto, o segmento teve a quarta maior influência sobre a média geral da indústria, segundo o IBGE.