Quatro dias depois de iniciados os protestos em rodovias do país, a manifestação de caminhoneiros bloqueia apenas uma estrada nesta quinta-feira (12).
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR-153 estava parcialmente bloqueada na região de Colinas do Tocantins (km 242) até às 9h30. A passagem está liberada para carros e ônibus, e a polícia tenta negociar a liberação total da via com os caminhoneiros.
Não houve registro de interdição nas principais rodovias estaduais atingidas pelos protestos nos dias anteriores.
Em uma tentativa de desestimular a greve, o governo federal aumentou nesta quarta (11) as multas e sanções a motoristas que obstruírem deliberadamente as rodovias e estradas do país.
Ainda não há registro de multa aplicada por bloqueio de estrada nos protestos desta semana, informou a PRF.
Protestos
A categoria iniciou a greve nesta segunda (9) após não entrar em acordo com o governo federal em relação às suas reivindicações. A adesão atingiu ao menos 14 estados do país no primeiro dia e nove no segundo.
Um dos líderes do Comando Nacional dos Transportes (CNT), movimento que lidera protestos pelo país, Ivar Schmidt, considerou positivo o início da greve.
Ele esperava que o movimento ganhasse mais adesões, mas disse que sua continuação dependia do apoio da população à sua pauta principal, que é a retirada da presidente Dilma Rousseff do governo. No entanto, entre o primeiro e o segundo dia, os protestos perderam fôlego.
Entre as reivindicações secundárias, estão os pedidos de redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo (este o governo reconhece que não conseguiu atender), salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos.
O grupo também quer ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos.
Posição do governo
O Planalto alega que atendeu a maior parte das reivindicações da categoria que, em abril, fez sua última paralisação do ano.
Oficialmente, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), integrantes do gabinete de crise montado pelo Planalto para acompanhar a greve, foram para o embate com os manifestantes.
Para o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), “o movimento teve um claro refluxo”. Cardozo defendeu o direito de manifestação, mas argumentou que “ninguém tem o direito de se manifestar trazendo prejuízo à sociedade”, citando como exemplo a distribuição de alimentos e medicamentos pelo país.
Questionado sobre a aprovação de medida provisória que aumentou as multas e sanções a motoristas que participem das interdições, Cardozo se mostrou otimista. “Tenho absoluta convicção de que deputados e senadores vão compreender o que levou o governo a agir dessa forma”.
O movimento é “claramente político”, disse. “Aí não tem o que negociar.”