No quarto dia consecutivo de greve, caminhoneiros bloquearam, neste sábado (28), mais de dez pontos em rodovias que cortam o Paraná. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), os manifestantes fizeram piquetes em sete trechos de rodovias no interior do estado. Nas rodovias federais, foram registrados três pontos de bloqueio, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A greve faz parte de uma mobilização nacional, liderada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC).
Segundo as autoridades, ao longo dos piquetes, os manifestantes bloqueavam as pistas, abordando caminhões e conclamando os colegas a aderirem à paralisação. Os veículos de carga eram impedidos de prosseguir viagem. Carros, motos, ônibus e ambulâncias eram liberados.
As rodovias que foram bloqueadas ao longo deste sábado, foram liberadas no fim da tarde ou no início da noite deste sábado, segundo a PRF e PRE. Na BR-277, havia dois pontos de interdição: no quilômetro 338, em Guarapuava, e no quilômetro 168, em Palmeira. Os bloqueios ocorreram, apesar de uma decisão judicial ter proibido manifestações na BR-277, depois do registro de atos de vandalismo, durante a greve dos caminhoneiros. Outra rodovia federal que foi alvo de piquete foi a BR-376, na altura do quilômetro 231, em Apucarana.
Sete focos de manifestação foram registrados em rodovias estaduais: na PR-218 (em Arapongas), na PR-182 (em Realeza), na PRC-280 (em Marmeleiro) e PR-151 (em Castro), na PR-323 (em Paiçandu), na PR-182 (em Castro) e na PR-151 (em São Mateus do Sul).
Reivindicações
A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro em vigor desde junho deste ano que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas. Os caminhoneiros querem a suspensão da lei até que sejam construídos "pontos de paradas", onde os veículos possam permanecer em segurança.
A categoria também contesta pontos da Resolução 3658, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras. Os trabalhadores pedem a suspensão temporária da norma, até que o sistema eletrônico de pagamento seja estruturado.
Os caminhoneiros também reivindicam pontos que garantiriam mais segurança nas estradas. Dentro as solicitações, estão a criação do Fórum Nacional do Transporte, a suspensão imediata da fabricação dos bitrens (composições rodoviárias com nove eixos), aprovação do estatuto dos motoristas, e criação em todo o país de delegacias especializadas em combater roubos de cargas.