A greve dos caminhoneiros autônomos que iniciou de forma silenciosa começa a chamar a atenção de todo o Brasil. Há mais de uma semana eles realizam protestos em pontos diferentes de várias rodovias federais no Estado, principalmente nas regiões Oeste e Sudoeste. Na manhã desta segunda-feira (23) eles bloquearam a rodovia BR-277, em Cascavel, próximo ao Trevo Cataratas, um entrocamento de três rodovias federais (BRs 277, 369 e 467) que ligam a várias regiões do Brasil.
Idair Parizotto, um dos líderes que iniciaram o movimento paredista na região Sudoeste do Paraná diz que os protestos só vão parar quando o governo ouvir as reivindicações dos manifestantes que inclue uma revisão da política sobre o diesel. Ele destaca que a categoria está ganhando apoio de outros setores da sociedade e o descontentamento não é apenas com a alta dos combustíveis. “Não é só o caminhoneiro, é o povão, é a massa que está descontente com os rumos do país, com a corrupção e com a roubalheira”, afirma. Segundo Parizotto, devido aos custos é mais econômico para o caminhoneiro autônomo deixar o caminhão em casa do que rodar.
Sem unanimidade
A paralisação, no entanto, não agrada a todos os motoristas. É o caso do, Lindemberg Nunes, motorista de uma transportadora de Curitiba, que vê o movimento como político. Ele conta que ficou parado dois dias no bloqueio em Medianeira, no Sudoeste, e agora está retido em Cascavel. “É briga política e a gente que está pagando o pato”, diz.
Os caminhoneiros paraguaios Victor Barreto, Julio Cesar Fernandez e Fermin Vaz viajavam em comboio transportando soja quando foram parados no bloqueio. Barreto diz que a reivindicação é justa e afirma não entender o fato do diesel estar caro no Brasil enquanto que em seu país o valor do litro está caindo. “Paraguai não tem petróleo e o valor é baixo, Brasil tem petróleo e está alto. Roubaram toda a Petrobras, né? E quem está pagando é o povo”, diz.