O empresário Edson Campagnolo foi eleito, ontem, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) para os próximos quatro anos. O candidato da situação obteve 69 votos e derrotou o secretário de Estado licenciado de Indústria e Comércio, Ricardo Barros, representante da oposição, que recebeu 21 votos. Cinco votos foram impugnados pela mesa de votação das eleições da Fiep, que não informou os motivos, já que não modificariam o resultado final. O mandato de Campagnolo começa no dia 3 de outubro.
"Nós esperávamos um número expressivo de votos, já que estávamos monitorando diariamente os sindicatos", disse o candidato vencedor. "Era possível sentir o apoio dos sindicatos à nossa campanha", complementou. Há cerca de duas semanas, Campagnolo afirmou que a expectativa era de receber entre 65 a 80 votos.
A vitória de Campagnolo, que contou com o apoio irrestrito do atual presidente da entidade, Rodrigo Rocha Loures, é um marco na história da Federação. Pela primeira vez, em 67 anos de existência da entidade, um representante do interior do estado assume o principal posto. Empresário há 33 anos, Campagnolo é do município de Capanema, no Sudoeste do estado, com 18 mil habitantes, onde está instalada a sua fábrica de roupas.
Atraso
A votação foi realizada na sede da Fiep, no Centro de Curitiba, e foi bastante tumultuada. A divulgação do resultado, programada para ocorrer pouco tempo após o encerramento da votação, demorou quase duas horas. A suspeita de que haveria microcâmeras na sala onde ocorreu a votação fez com que o candidato Ricardo Barros pedisse que o ambiente fosse lacrado. De acordo com a assessoria da Federação, na sala há apenas duas televisões de LCD.
"Nós não estamos pedindo a impugnação do resultado. Mas as microcâmeras estão lá [na sala utilizada para votação]. Nosso objetivo é provar que a mesa não é imparcial e fazer com que haja uma comissão independente na próxima eleição", argumentou Barros.
Apesar da pequena votação, o candidato avaliou como positiva a participação no processo eleitoral da Federação. "Nosso papel era fazer oposição para mostrar as dificuldades e fragilidades do estatuto da Fiep. Pudemos mostrar que existe insatisfação dos sindicatos", afirmou Barros, que retorna as atividades de secretário de Estado hoje.
Durante a contagem de votos, apesar de o local ser restrito aos integrantes da mesa de eleição da Fiep, candidatos e poucos representantes das duas chapas, as dezenas de pessoas aglomeradas na sala ao lado puderam acompanhar o processo. Um representante da chapa Fiep Independente, encabeçada por Campagnolo, publicava mensagens com as parciais no Twitter. Os funcionários da Federação não esconderam a torcida pelo candidato da situação e comemoraram cada voto contabilizado a favor do empresário de Capanema.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião