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Carga de impostos é o maior problema da indústria, diz CNI
Agência Estado
Brasília - O principal problema enfrentado pela indústria brasileira continua sendo a elevada carga tributária, de acordo com sondagem divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No terceiro trimestre de 2010, 65,3% dos empresários entrevistados elencaram a tributação como um dos elementos que dificultam o crescimento. No trimestre anterior, o problema foi citado por 65,6% dos entrevistados.
Em segundo lugar, a competição acirrada no mercado foi lembrada por 40,5% dos empresários no terceiro trimestre, ante 39,5% no trimestre anterior. A sondagem também mostra uma elevação da preocupação em relação à mão de obra qualificada. O item foi apontado por 26,5% dos entrevistados como um dos maiores problemas enfrentados, ante 24,9% registrados no trimestre anterior. Segundo a CNI, esse quesito vem ganhando importância há seis trimestres consecutivos.
Para mobilizar a sociedade em torno da necessidade de uma reforma tributária, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) lançou ontem uma campanha que tem como personagem principal a "sombra do imposto", figura onipresente que representa a ação arrecadatória do governo e que fica com cerca de 40% de tudo o que é produzido anualmente no país.
O objetivo da entidade com essa campanha é ousado: conscientizar os cidadãos sobre o peso dos impostos e impulsionar uma mobilização nos moldes do movimento "Diretas Já" pela reivindicação de uma reforma tributária e consequente redução da carga de impostos. "Não é só uma campanha ou só uma cartilha. É um movimento de toda a sociedade pela redução dos impostos. Todos somos consumidores e estamos pagando uma elevada carga tributária, estamos no limite", justifica o vice-presidente da Fiep e coordenador do projeto, Edson Campagnolo.
Na primeira fase, a entidade pretende distribuir 1,2 milhão de cartilhas, além de cartazes, em fábricas, estabelecimentos comerciais e escolas de todo o estado. A sombra do imposto também deve aparecer em comerciais na tevê, rádio, jornais e internet. A campanha ainda prevê a realização de palestras em parceria com outras entidades representativas para, em 2011, reivindicar a realização das reformas tributária e fiscal com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O movimento já conta com o apoio de várias instituições, incluindo Sesi, Senai e Faciap. "O momento é oportuno para o lançamento da campanha. Queremos que o novo presidente e o novo Congresso levem a reforma tributária a sério", diz Campagnolo.
Além da questão do peso dos impostos, a campanha também pretende discutir a eficiência dos gastos públicos, incentivando a população a exigir qualidade na prestação dos serviços. "Não é só o quanto se arrecada, mas como se gere esses recursos. Tudo o que é feito pelo governo tem origem na arrecadação tributária".
Segundo a cartilha, o Brasil tem 85 tipos de impostos, contribuições e taxas que devem representar R$ 1,3 trilhão de arrecadação em 2010. Por outro lado, os gastos públicos devem chegar a R$ 1,4 trilhão, superando em R$ 100 bilhões a arrecadação. Cerca de 57% do bolo tributário fica com o governo federal, 28% vai para os estados e 15% para os municípios.
Serviço:
Para saber mais sobre a campanha e fazer o download da cartilha, acesse www.sombradoimposto.org.br
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