A Associação Nacional dos Mutuários (ANM) está fazendo uma campanha em todo o Brasil para que as pessoas que têm prestações atrasadas com o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) busquem renegociar seus débitos. Segundo a associação, muitas vezes o mutuário nem sabe os direitos que tem. Por exemplo, em contratos de equivalência salarial, o devedor pode conferir se as cláusulas estão sendo cumpridas e, se possível, recalcular a dívida. Somente em São Paulo, 20 mil dos 123 mil contratos de financiamento imobiliário estão em atraso.
Mas a campanha também se dirige a quem está querendo comprar um imóvel. Com a queda nos juros, o setor vive uma "febre" no Brasil. Entretanto, a associação dos mutuários lembra que alguns cuidados devem ser tomados na hora de se assumir uma dívida de longo prazo: o consumidor deve procurar reduzir o número de prestações, o que terá um efeito de diminuição dos juros pagos, e também ter o cuidado de comprometer apenas entre 15% e 20% de seu salário com o pagamento da prestação.
As recomendações são uma forma de evitar que o mutuário seja prejudicado por imprevistos, como a perda de emprego ou doenças na família. O casal Laurenti e Sílvia Janardo passou por essa situação. Cinco anos depois de trocar o aluguel por um financiamento de 15 anos, Laurenti ficou desempregado. Com isso, as prestações do financiamento foram ficando atrasadas.