O campo de gás natural de Barra Bonita, em Pitanga (Centro-Sul do Paraná), poderá ter novo dono em breve. Devolvido pela Petrobras em 2013, ele é uma das dez áreas inativas com “acumulações marginais” que serão leiloadas na quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
INFOGRÁFICO: Confira a localização do campo de Barra Bonita
Sócia em quatro blocos de “gás de xisto” (não convencional) no Paraná licitados há dois anos pela agência reguladora, a Copel é uma das 23 empresas inscritas para o certame. Ela já havia demonstrado interesse pelo campo de Barra Bonita, que é vizinho de uma das áreas nas quais ela tem participação.
A proximidade poderia facilitar a integração desse bloco à rede de gasodutos que a Copel e suas sócias eventualmente construiriam na região, caso o desenvolvimento dos campos já licitados, hoje suspenso pela Justiça, seja liberado. Outra possibilidade seria construir uma usina termelétrica perto dos poços, para consumir o gás ali mesmo.
Duas das parceiras da Copel nos blocos de gás de xisto, as empresas Bayar e Tucumann, também se inscreveram para a licitação desta quinta.
A terceira sócia, a Petra Energia, ficou de fora. A Petrobras, dona de sete blocos de gás não convencional no Paraná, também não se cadastrou para o leilão.
Histórico
O campo de Barra Bonita foi descoberto em 1996 e constitui a primeira acumulação comercial de gás da Bacia do Paraná, mas nunca produziu, embora tenha dois poços equipados e prontos para entrar em operação, segundo a ANP.
A falta de uma rodovia para escoar o combustível na forma de gás natural comprimido (GNC) e o volume de gás, então considerado baixo para compensar a construção de um gasoduto, teriam levado a Petrobras a desistir de sua exploração.
Um dos inconvenientes para quem arrematar o campo de Barra Bonita é que os estudos geológicos consideram apenas linhas 2D, o que dificulta a estimativa dos volumes de gás ali existentes.
Segundo a ANP, a aquisição de uma sísmica 3D na área de Mato Rico, a oeste do campo, melhorou a interpretação da área, “bastante difícil em grande parte da bacia [do Paraná], pois a qualidade do sinal sísmico é afetada por uma espessa cobertura basáltica”.