Presidente do Banco Central vê que revisão de gastos anunciada por Simone Tebet pode ajudar a reduzir Selic.| Foto: Isaac Fontana/EFE
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda (21) que a sinalização do governo de que pode vir fazer uma ampla revisão de gastos estruturais – e, possivelmente, uma reforma administrativa – deve ajudar a autarquia a iniciar um ciclo de redução da taxa básica de juros.

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A afirmação ocorreu durante um evento em São Paulo pouco depois do Relatório Focus desta semana apontar um pessimismo do mercado financeiro com a expectativa de inflação deste ano, alcançando o topo da meta de 4,5% ao final de 2024.

“Acabei de ler a notícia, não sei se é oficial ou não, [mas] estão falando de reformas administrativas. Há uma expectativa de que depois das eleições veremos algumas medidas. Isso é muito importante para que nós no Banco Central sejamos capazes de reduzir as taxas [de juros] de forma sustentável”, disse.

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Campos Neto repetiu no evento o que tanto ele quanto o economista Gabriel Galípolo, diretor de política monetária e sucessor dele na presidência da autarquia em 2025, vem reafirmando frequentemente, de que a autarquia busca levar a inflação para o centro da meta de 3%. E, por isso, mantém a Selic em patamares elevados com expectativa de alta.

“Nossa missão é atingir a meta de inflação. E é muito difícil fazer isso quando há a percepção de que o fiscal não está ancorado”, completou.

A possibilidade de uma reforma administrativa foi dada recentemente pela ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), embora não tenha citado explicitamente que vai ser feita. Ela, no entanto, apontou que “chegou a hora de levar a sério a revisão de gastos estrutural no Brasil”.

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No começo do mês, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que uma reforma administrativa poderia ajudar o governo a economizar entre R$ 150 bilhões e R$ 200 bilhões, dando andamento a propostas que já tramitam no Congresso pelo menos desde 2020.

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“O governo de São Paulo fez uma reforma administrativa que gerou um saldo orçamentário e de caixa de R$ 52 bilhões. Como? Fechando empresas que deixavam de ter finalidade, cortando determinados tipos de benefícios do funcionalismo público e tudo isso”, disse Meirelles ao G1.

Havia a previsão de que a discussão da reforma administrativa seria uma das prioridades do Congresso deste ano, defendida com vigor pelos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No entanto, a proposta segue à espera de ser retomada pelo Legislativo.

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