Serviço
Feira: aos sábados, entre 10h e 17h, na Praça da Espanha (Rua Coronel Dulcídio, s/n Bigorrilho Curitiba)
O hobbie de colecionar e restaurar canetas tinteiro antigas se tornou, para o estudante de engenharia elétrica Ricardo Augusto Borba, de 20 anos, uma fonte de renda. Ao lado de um sócio, colega de faculdade, o jovem de Curitiba viu oportunidade de ganhar dinheiro com o ofício e, há cerca de um ano e meio, passou a vender as peças pela internet - as canetas já eram comercializadas em uma feira livre na Praça da Espanha, em Curitiba.
Borba faz um trabalho de garimpo para comprar as canetas, sempre do exterior, por meio de leilões do site eBay. "Normalmente, compro de pessoas que ganharam a caneta de herança", conta. Além do preço de compra, ele arca com um encargo tributário de 60% sobre o valor do negócio, frete e taxa de despacho postal.
Depois de receber a peça, o jovem trabalha na restauração do material, que é feita em uma oficina que ele tem em casa o maquinário, hoje orçado em R$ 4 mil, foi comprado com o dinheiro que ganhou trabalhando como restaurador em uma loja de canetas da cidade. O passo seguinte é colocar a caneta à venda o site tem, hoje, 12 unidades expostas, a maioria da década de 1950, por preços que variam de R$ 435 a R$ 1,8 mil. Também geram receita a venda de tinta, que é feita à parte; e a restauração de canetas de terceiros, que parte de R$ 50 e se torna mais cara conforme a complexidade do serviço.
O pequeno negócio rende, à dupla, cerca de três salários mínimos líquidos por mês. Parte do lucro é usada como capital de giro, para a compra de novos produtos. "Em janeiro, gastei cerca de R$ 2 mil com a compra de tinta e canetas", conta Ricardo. O restante, ele usa para financiar os estudos. "Pago livros, compro material para faculdade e faço um curso de alemão".
Em torno de 70% das vendas são feitas pessoalmente, na feira da Praça da Espanha. "Lá é mais fácil, porque o cliente pode ver e testar a caneta", explica. O jovem chegou a vender quatro peças em um único dia, arrecadando em torno de R$ 2,5 mil. Trata-se de um mercado de nicho, alimentado por colecionadores e apreciadores dos objetos. "Tem gente que compra para guardar e tem gente que para usar", conta. A idade do público é variada, já que também há jovens interessados nas peças.
Borba explica que esse tipo de caneta entrou em escassez a partir da década de 1950, quando as canetas esferográficas ganharam escala e se tornaram hegemônicas, relegando as tinteiro a um nicho, hoje valorizado. "Eu percebo que é um mercado em crescimento. O pessoal está voltando a gostar de antiguidade", avalia.
Novo site e canetas de ouro
Embora tenha prioridade a faculdade, Ricardo pretende ampliar o negócio. O primeiro projeto é construir um novo site o atual é hospedado em um grande provedor e tem layout padrão, com custo mensal de R$ 49. Outra ideia é aumentar a variedade de marcas hoje, as principais são Sheaffer, Parker e Eversharp e passar a vender canetas de ouro, que exigem um investimento inicial mais alto, que a dupla, em algum tempo, espera alcançar.
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