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Capacitação ajuda pequenos negócios a exportar mais

Daniela e Rosana, da Dupla Design, apostam em “biojoias” para ganhar o mercado internacional. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Daniela e Rosana, da Dupla Design, apostam em “biojoias” para ganhar o mercado internacional. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

A participação das micros, pequenas e médias empresas na carteira de exportações brasileiras é relevante: 70% das exportadoras são MPMEs. Mais do que ampliar essa fatia, herdada pela proporção das pequenas no mercado nacional, em que respondem por 90% das empresas brasileiras, o desafio também está na melhoria de qualidade de produção e na capacitação para operar no comércio exterior. Treinamentos e consultorias especializadas, viabilizadas por entidades de classe, universidades e por programas do governo federal, podem ajudar a decifrar as demandas do mercado externo e fechar negócios com parceiros internacionais.

INFOGRÁFICO: Veja um diagnóstico das empresas de micro e pequeno porte no país

Lançado há um ano, o Centro de Internacionalização da FAE , em Curitiba, entra agora na segunda fase da preparação de empresas selecionadas para estrear no comércio exterior, uma das apostas dos especialistas para ampliar mercado e retomar o crescimento econômico.

Depois de eleger seis empresas com potencial exportador – Qualinova, Ecofábrica, Dupla Design, Satech, Inbrasfama e Cativa –, professores e alunos do curso de Comércio Exterior realizaram visitas técnicas para o mapeamento dos processos produtivos. “O objetivo é dar o suporte às empresas e também proporcionar o aprendizado dos alunos em atividades práticas, desenvolvidas em ambientes empresariais reais”, explica o coordenador do projeto, Joaquim Brasileiro.

Consultoria

Na fase atual, a consultoria faz a pesquisa comercial da nomenclatura padrão para enquadrar cada produto das empresas assistidas. Os diferentes segmentos e perfis da produção são tarefas extras, pois a equipe precisa encontrar as siglas para nomear as bebidas funcionais da Qualinova, os brindes empresariais feitos com material reciclável da Ecofábrica, as biojoias da Dupla Design, os sistemas de telecomunicações da Satech, a matéria-prima sustentável para produção de painéis automotivos da Inbrasfama e os cosméticos naturais da Cativa. Em comum, as empresas têm produções ligadas à sustentabilidade, característica que ganha apelo competitivo no mercado internacional, na opinião do coordenador do projeto. “Além disso, a identidade nacional está bem ligada a produtos naturais, temas como ecologia e meio ambiente”, observa Brasileiro.

Além de nomear, é preciso pesquisar potenciais mercados consumidores e em seguida fazer as adequações necessárias ao produto, que podem ser do design à embalagem. “Nesse momento é que as empresas deverão fazer investimentos, se forem necessários, para atender ao mercado desejado”, diz o professor.

A etapa seguinte será a de prospecção de eventuais representantes nos destinos e, por fim, a definição da logística internacional para despacho dos produtos. A expectativa é de que as primeiras exportações sejam concretizadas em 18 meses.

“A exportação é importante para dar maior competitividade à pequena empresa, que deve investir na cultura do comércio exterior. Além de reduzir a dependência do mercado interno, somente o ganho cambial, nos dias de hoje, já é atraente para o empresário”, diz.

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