A capitalização da Petrobras pode ajudar o governo a cumprir a meta de superávit primário, praticamente impossível de ser atingida sem a manobra contábil criada pela equipe econômica. A estratégia foi montada quando o governo autorizou o Tesouro Nacional e o BNDES a participarem da operação de aumento de capital da petroleira dentro dos R$ 74,8 bilhões, valor dos 5 bilhões de barris que a União vai transferir para a empresa.

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Em resumo, o que pode acontecer é o seguinte: como a União está cedendo 5 bilhões de barris de petróleo à Petrobras, a estatal terá de pagar R$ 74,8 bilhões ao Tesouro por essas reservas.

Oficialmente, o governo pode usar esse total para adquirir ações da estatal dentro do processo de capitalização. Só que, ao fim do processo, a União pode não utilizar todo esse valor. Por exemplo, pode adquirir ações num total de R$ 60,8 bilhões.

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Ou seja, o Tesouro recebe R$ 74,8 bilhões da Petrobras, em títulos públicos, pelos barris, mas gasta só R$ 60,8 bilhões para comprar ações. A diferença, de R$ 14 bilhões em títulos, entraria como receita no caixa do Tesouro.

Ajuda

Essa receita extra ajudaria o governo a cumprir a meta de superávit do setor público (União, estados, municípios e estatais) – que deve ser o equivalente a 3,3% do PIB neste ano. O resultado obtido nos 12 meses completados em julho foi de 2,03% do PIB (R$ 68,64 bilhões).