A diferença entre depósitos e saques na caderneta de poupança (a chamada captação líquida) foi de R$ 5,1 bilhões em junho. Esse é o melhor resultado para o mês desde junho de 2002, quando a captação descontando os depósitos foi de R$ 5,293 bilhões. Desde que o governo anunciou mudanças na rentabilidade da aplicação, no início de maio, a captação líquida aumentou. Só nos dois últimos meses, foi de R$ 11,4 bilhões de reais – o que não deixa de ser paradoxal, já que as regras atuais reduziram a rentabilidade dos depósitos novos, feitos depois de 4 de maio.

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A captação líquida desses dois meses representa 77% do resultado do primeiro semestre inteiro, de acordo com os dados divulgados há pouco pelo Banco Central. Quando o BC começou a baixar os juros no ano passado, especialistas começaram a avisar que poderia haver uma migração de grandes investidores de fundos de investimentos para a caderneta de poupança para garantir um retorno financeiro maior já que os fundos ficavam cada vez menos atrativos. Para evitar uma corrida de aplicadores para a poupança e o enfraquecimento dos fundos de investimentos repletos de papéis da dívida pública, o governo decidiu alterar a rentabilidade da aplicação num ano eleitoral e deixar caminho aberto para o BC continuar a cortar os juros.

Pela regra atual, os novos depósitos não são corrigi­dos pela fórmula de 6% ao ano mais a taxa referencial (TR) toda vez que a taxa Selic cair para 8,5% ao ano. A partir daí, a aplicação rende 70% da Selic mais TR. O gatilho da mudança foi acionado ainda em maio, quando os juros básicos caíram de 9% para 8,5% ao ano.

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