A forte volatilidade registrada no mercado de previdência privada no ano passado teve reflexos sobre a captação líquida (diferença entre aplicações e resgates) desse mercado, que foi 20,8% menor em 2013 em relação a 2012, de acordo com dados divulgados hoje pela FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
A previdência complementar encerrou o ano passado com captação líquida de R$ 33,517 bilhões, ante R$ 42,329 bilhões um ano antes.
Para Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi, a perspectiva para este ano é positiva. "O desempenho do setor no acumulado do ano revela a importância da indústria e também a preocupação do brasileiro com a formação de poupança para o futuro", afirma em comunicado.
"Os planos de previdência são uma alternativa muito competitiva para investimentos de longo prazo", completa. A carteira de investimentos do mercado de previdência privada somou R$ 374,2 bilhões em 2013, alta de 10,5% na comparação com os R$ 338,6 bilhões de 2012.
De acordo com a FenaPrevi, a carteira de VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) encerrou o ano passado com avanço de 15,77%, até R$ 209,4 bilhões, enquanto a de PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) fechou 2013 com crescimento de 7,38%, para R$ 80,7 bilhões.
Os planos VGBL mantiveram a liderança nas provisões, com 66,38% do total, seguidos pelos PGBL, com 22,07%. Os planos tradicionais ficaram com 11,40% do total de provisões.
Volatilidade
A volatilidade provocada pelos fundos de investimento nos quais os planos de previdência aplicam desde que a taxa básica de juros (Selic) voltou a subir, em abril do ano passado, assustou muitos investidores.
Boa parte desses fundos investe em títulos públicos, principalmente prefixados. Com a alta da Selic, o preço de revenda do título emitido quando o juro estava menor cai, pois o valor do papel é atualizado diariamente pela diferença entre a taxa de juro registrada no dia e a de emissão do título, no que é conhecido como marcação a mercado.
Isso causou temor entre os detentores de planos de previdência privada, que, com receio das perdas, resgataram o dinheiro aplicado. Em junho, por causa desse movimento, os fundos nos quais os planos de previdência privada investem tiveram mais resgate do que saque pela primeira vez desde julho de 2008.
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