A Caramuru, maior processadora de soja de capital nacional, deverá iniciar a produção de biodiesel em abril, informou uma fonte do mercado.
A fábrica de São Simão, em Goiás, com capacidade para produzir cerca de 100 mil toneladas por ano, já está em fase pré-operacional, segundo a fonte, que preferiu não ter sua identidade revelada.
A companhia, com forte atuação no setor alimentício em sete Estados brasileiros, já negociou aproximadamente 30 mil toneladas no leilão de biodiesel da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
A Caramuru já produz farelo de soja de alta proteína em São Simão, onde também atua em co-geração de energia, segundo informação do site da empresa.
A planta da Caramuru na cidade goiana está localizada às margens do Rio Paranaíba, canal de escoamento da produção já utilizado pelo grupo.
Com a obrigatoriedade da mistura de 2 por cento de biodiesel no diesel a partir de 2008, as empresas brasileiras terão garantido um mercado de 800 milhões de litros no ano que vem.
A também brasileira Granol, com unidades processadoras em várias partes do Brasil, já começou a produção de biodiesel em Anápolis (GO), em planta com capacidade de 100 milhões de litros/ano, e deve inaugurar uma segunda planta do biocombustível em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, em meados de outubro, segundo a assessoria de imprensa.
A unidade gaúcha da Granol, que também participou de leilões da ANP, deverá terá capacidade para 120 mil toneladas/ano.
Outra tradicional empresa do setor de alimentos, a multinacional ADM, deve inaugurar uma fábrica de biodiesel em Rondonópolis, em Mato Grosso, no início de julho. A planta da ADM produzirá 180 mil toneladas métricas ao ano.
A soja deverá ser a principal matéria-prima dessas indústrias.
No ano comercial 2007/08 (fevereiro/janeiro), a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) estima que a produção de biodiesel no Brasil absorverá entre 300 e 350 mil toneladas de soja.
A Abiove prevê a produção total de soja do Brasil, na atual safra, em 58,6 milhões de toneladas.
Em coletiva de imprensa na quinta-feira, a Abiove informou que problemas tributárias do Brasil, que incentiva apenas produção ligada à agricultura familiar, ainda dificultam avanços no setor de biodiesel.
Porém a entidade, que vai começar a trabalhar mais fortemente junto ao governo por mudanças tributárias na área, avalia que em até um ano e meio seja possível implantar uma unidade produtora, período considerado curto em um horizonte de investimentos.
De acordo com a Abiove, uma fábrica com capacidade para 100 mil toneladas/ano exige investimentos de cerca de 20 milhões de dólares e poderia ser construída em um prazo de 12 a 18 meses.