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Indústria

Carga tributária ainda é o principal problema

O principal problema enfrentado pela indústria brasileira continua sendo a elevada carga tributária, de acordo com sondagem divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No terceiro trimestre de 2010, 65,3% dos empresários entrevistados listaram a tributação como um dos elementos que dificultam o crescimento. No trimestre anterior, o problema foi citado por 65,6% dos entrevistados.

Em segundo lugar, a competição acirrada no mercado foi lembrada por 40,5% dos empresários no terceiro trimestre, ante 39,5% no trimestre anterior. A sondagem também mostra uma elevação da preocupação em relação à mão de obra qualificada. O item foi apontado por 26,5% dos entrevistados como um dos maiores problemas enfrentados ante 24,9% registrados no trimestre anterior. Segundo a CNI, este quesito vem ganhando importância há seis trimestres consecutivos.

Em seguida, com aumento nas citações nos últimos dois trimestres as taxas de juros elevadas foram lembradas por 25,5% dos empresários (ante 23,7% no trimestre anterior). O alto custo de matérias-primas foi citado por 24,5% dos entrevistados, o mesmo porcentual registrado no trimestre anterior.

Já a falta de demanda, que chegou a ser o segundo problema mais levantado pelas empresas no início de 2009, manteve trajetória de queda, passando de 22% no segundo trimestre para 16,9% no terceiro, caindo para a sexta posição entre os principais problemas.

Situação financeira

A indústria apresentou considerável melhora em sua situação financeira no terceiro trimestre do ano, de acordo com a sondagem da CNI. Em uma escala em que valores acima de 50 pontos refletem variação positiva, o indicador que mede a avaliação dos empresários sobre a condição financeira de seus negócios chegou a 54,8 pontos no terceiro trimestre do ano ante 52,1 pontos do trimestre anterior. O patamar é recorde e bem acima da média histórica da variável, de 50,3 pontos.

Segundo o documento, o dado revela que o empresariado industrial está mais do que satisfeito com sua situação financeira. A avaliação também pode ser verificada em outro indicador, que mede a avaliação sobre a margem de lucro operacional das empresas que, pela primeira vez na série histórica - iniciada em 2007 -, ultrapassou a barreira dos 50 pontos e registrou 50,4 pontos no trimestre. A média histórica do indicador de satisfação quanto à margem de lucro é de 43,8 pontos.

Além disso, a opinião dos empresários em relação ao acesso ao crédito também melhorou no terceiro trimestre do ano e chegou a 47,7 pontos ante 45,5 pontos no segundo trimestre. Apesar de significar que o crédito continua difícil para a indústria, o indicador retornou ao patamar anterior à crise financeira do fim de 2008. Segundo a CNI, o acesso ao crédito finalmente voltou ao normal para as grandes companhias, após nove trimestres de dificuldades.

Demanda e emprego

Apesar de apresentar leve deterioração em relação a setembro, as expectativas dos empresários da indústria para os próximos meses continuam elevadas em outubro, de acordo com a sondagem. O indicador de demanda ficou em 59,8 pontos no mês de outubro, com recuo de 1,7 ponto na comparação com o mês anterior.

Com isso, as perspectivas com relação ao emprego seguem positivas. Neste caso, o indicador apurado pela CNI registrou 53 9 pontos no terceiro trimestre, ante 55,9 pontos do trimestre anterior, mas ainda acima da média histórica de 50,6 pontos. A sondagem mostra que os empresários pretendem aumentar as compras de matérias-primas nos próximos seis meses, com a variável em 57 4 pontos em outubro, ante 59,1 pontos registrada em setembro. O indicador também está acima de sua média histórica, de 55,7 pontos.

No entanto, a indústria está pessimista em relação às exportações. Na comparação com setembro, o indicador que mede a perspectiva de vendas para o exterior recuou de 51,4 pontos para 48,1 pontos em outubro, caindo a um patamar na escala que denota avaliação negativa. A média histórica da variável é de 52 pontos. "Essa diferença sugere que o otimismo com relação á demanda decorre das perspectivas com o mercado interno", afirma o documento.

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