São Paulo Os contribuintes brasileiros continuam pagando mais impostos a cada dia. Somente nos primeiros nove meses deste ano, foram pagos à União, aos estados e aos municípios R$ 54,21 bilhões a mais que no período de janeiro a setembro de 2005.
Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBTP), a arrecadação tributária (soma dos tributos federais, estaduais e municipais) totalizou R$ 593,66 bilhões neste ano, contra R$ 539,45 bilhões em 2005.
Por conta desse aumento, a carga tributária de janeiro a setembro foi de 38,95% do PIB estimado pelo IBPT em R$ 1,524 trilhão. No mesmo período de 2005, o porcentual foi de 38,10%, para um PIB de R$ 1,416 trilhão.
No terceiro trimestre a carga tributária alcançou 37,40% do PIB, contra 36,14% de julho a setembro de 2005. Nos últimos 12 meses até setembro a carga está em 38,47%. Com base nesse porcentual, o IBPT prevê que a carga deste ano ficará em torno de 38,5% do PIB novo recorde, superando os 37,82% de 2005.
Para se ter uma idéia do que representa esse aumento, neste ano a carga tributária diária está em R$ 2,174 bilhões, contra R$ 1,976 bilhão em 2005. Por hora, os brasileiros pagaram R$ 90,6 milhões em tributos aos três níveis de governo (R$ 82,33 bilhões em 2005). Por minuto, a carga é de R$ 1,51 milhão (R$ 1,37 milhão no ano passado) e, por segundo, de R$ 25.168 (R$ 22.870 em 2005).
O presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, diz que a carga tributária deste ano vai superar R$ 810 bilhões, contra R$ 732,87 bilhões no ano passado. "Cada brasileiro pagará de tributos aproximadamente R$ 4.410 em 2006, contra R$ 3.987 em 2005, resultando num aumento "per capita" de R$ 423", afirma o tributarista.