Carnaval em Curitiba também pode ser um bom negócio

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Neste fim de semana, Curitiba começa a receber 67 mil turistas que escolheram a cidade para passar o carnaval – ou fugir dele. O número empolga alguns donos de bares e restaurantes, que decidiram manter as portas abertas durante o feriado. A prefeitura aumentará a estrutura de atrações turísticas, embora algumas delas já estejam lotadas.

Nos dois andares dos ônibus da Linha Turismo, haverá 60% mais passageiros do que em um fim de semana normal, fazendo o número de embarques chegar a cerca de 3,3 mil. Na próxima segunda-feira, único dia da semana sem o serviço, nove ônibus vão circular em caráter excepcional, com saídas a cada meia hora. Algumas das paradas, como a Torre Panorâmica, chega a ter 74% a mais de movimento no carnaval.

Depois do interior do Paraná, os principais polos emissores de turistas para a "antifolia" curitibana são os estados de São Paulo (24%), Santa Catarina (16%), Rio Grande do Sul (6%) e Rio de Janeiro (4%). Os dados são do Instituto Municipal de Turismo, da Prefeitura, que também aponta a tranquilidade da cidade na época como qualidade favorita de 58% dos turistas.

"Curitiba já não fica mais deserta no carnaval. Além de termos um bom número de visitantes, muitos moradores da própria cidade aproveitam o feriadão para passear", diz a presidente do Instituto, Juliana Vosnika. Algumas opções já estão com a lotação se esgotando, como o passeio de trem pela Serra do Mar, oferecido pela empresa Serra Verde Express, que está com todas as passagens para domingo e segunda-feira vendidas. Dos turistas que fazem a viagem entre Curitiba e Morretes, 20% são estrangeiros. Entre os brasileiros, os campeões são os paulistas, seguidos por gaúchos, catarinenses, fluminenses e mineiros.

Nos hotéis da capital, a estimativa é de que a ocupação aumente em relação a outros carnavais: 47%, contra a variação de 42% a 45% nos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira de Hotéis (Abih), a maioria dos hóspedes é de famílias e idosos, e 80% do público busca atrativos culturais e gastronômicos, preferindo fugir da agitação.

Bares

Embora a maior parte dos visitantes esteja em busca de tranquilidade, os bares da capital apostam em um aumento de 10% no movimento em relação a outros carnavais. "Sempre temos uma queda nessa época, mas a cada ano ela é mais leve", revela Luciano Bartolomeu, presidente executivo da As­­sociação Brasileira de Bares e Restau­rantes no Paraná. Segundo ele, os empresários têm notado uma mudança de comportamento dos curitibanos. "Muitas pessoas estão se convencendo de que viajar no carnaval é um grande transtorno. Em vez de ficar horas na estrada e passar por todas as dificuldades de ir até a praia, preferem fazer festa aqui mesmo", diz.

O festival de rock alternativo Psycho Carnival aposta nessa ideia. Os organizadores esperam receber 12 mil pessoas, somando o público de todas as noites de shows. No ano passado, o evento reuniu aproximadamente 8 mil pessoas. "Vem muita gente de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais", afirma Vlad Urban, organizador do evento. Segundo ele, já estão confirmadas presenças de argentinos, paraguaios, alemães e americanos. "O Psycho Carnival movimenta muito dinheiro durante o festival, seja em diárias de hotéis, restaurantes ou passeios turísticos", diz.