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Preços

Carne bovina sobe menos que o esperado no IPC da Fipe

Apesar de ainda se manter em nível elevado, a inflação de alimentos na cidade de São Paulo entre a primeira e a segunda leitura deste mês desacelerou de 1,11% para 1,03% e surpreendeu o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, que previa elevação de 1,33%.

Ele contou que esperava uma redução relevante nas quedas de tubérculos e ovos no IPC da segunda medição de outubro, que subiu 0,34% (ante 0,32% na anterior), além de aumento maior nos preços das carnes bovinas.

"A previsão para leites era alta de 2% e veio 1,14%. Há indícios de que a taxa esteja zerando. Pode ser que ajude Alimentação a não subir tanto nas próximas leituras. Por isso, diminuímos a projeção para o grupo no fechamento de outubro para 1,11% (de 1,24%)", disse. A expectativa para o IPC fechado do mês, no entanto, foi mantida em 0,42%, pois Chagas espera pressões de outros grupos, como de Despesas Pessoais, por causa da alta de passagens aéreas e de Vestuário, devido à sazonalidade desfavorável. A previsão para o IPC do final do ano também permanece em 5,50%.

Já a estimativa do coordenador da Fipe para carne bovina na segunda quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados na quarta-feira, 15) era elevação de 3,97%, acima da alta de 2,97% efetivamente apurada. Os indícios são de nova desaceleração da carne bovina, dado que levantamentos mais recentes (de ponta) da Fipe mostram que a taxa já está rodando perto de 1,00%, o que não acontece há tempos, disse Chagas. "Tudo vai depender de como virá na terceira quadrissemana. No atacado, os sinais são de aceleração, com perspectiva de aumento das exportações. O cenário ainda é de aquecimento nesse mercado", ponderou.

A despeito da alta menos intensa que a esperada em carne bovina, o frango ficou ainda mais caro na capita paulista, ao subir 6 13%. O item encabeçou a lista das maiores participações positivas no IPC da segunda leitura de outubro, com contribuição de 0,05 ponto porcentual. Apesar do aumento, Chagas afirmou que ainda há espaço para os brasileiros continuarem consumindo carne de frango, pois a taxa acumulada em 12 meses está negativa em 1 12%, indicando que os preços ainda podem subir mais. Por outro lado, os preços de ovos caíram 3,76% na segunda quadrissemana do mês e, no acumulado em 12 meses, a alta é de cerca de 6,00%.

Na contramão da alta do frango, os tubérculos caíram 2,39%, queda que foi puxada pela deflação de 6,09% da batata. "Imaginava que o ritmo de queda fosse diminuir. Por outro lado, legumes subiram 3,27%, com alta de 7,32% do tomate, que está se recuperando das quedas passadas", disse, sinalizando, indiretamente, que a recomposição nos preços do tomate também pode estar associada à estiagem.

Vestuário e Saúde

Além da surpresa com a alta do grupo Alimentação, Chagas disse que não contava com uma taxa positiva de 0,49% no conjunto de preços de Vestuário, e sim de 0,27%. Ele explicou que esse grupo vinha apresentando comportamento fora do tradicional e que, talvez agora, esteja com desempenho mais esperado para o momento. "O grupo Saúde também nos surpreendeu", disse. Esta classe de despesa teve inflação de 0,41% ante previsão de 0,29%. "Foi impulsionada pelo reajuste de 1,7% em dentista", afirmou.

O economista, porém, disse que a pequena aceleração do IPC, de 0 32% para 0,34%, na segunda quadrissemana do mês se deve especialmente ao fim do efeito da redução na conta de telefonia fixa do paulistano. "O grande motivo é a perda de força da telefonia (de -4,23% para -1,57%), que estava segurando Habitação, que caiu 0,05% ante queda de 0,18% na primeira leitura", avaliou, completando que o grupo Habitação deve ficar ainda mais pressionado em razão do reajuste de 1,5% nas tarifas de telefones fixos nas ligações locais e de longa distância para celulares, válido no final de agosto.

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