Importância das subsidiárias brasileiras cresceu na última década| Foto: Valterci Santos/Arquivo/ Gazeta do Povo

Dos dez carros mais vendidos no Brasil, apenas um, o recém-lançado Ford Fiesta, é produzido e comercializado em diversas regiões do mundo, o que o caracteriza como um carro global. Os demais são fabricados apenas no país e, no máximo, exportados para a América Latina, principalmente para a Argentina. Ainda que possam ser considerados defasados em relação aos veículos disponíveis nos países mais desenvolvidos, os automóveis brasileiros têm importante colaboração nas vendas globais das montadoras.

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Como quarto maior mercado mundial de veículos, com 1,8 milhão de unidades vendidas na primeira metade do ano, o Brasil "é importante para a estratégia global das companhias por causa do tamanho do mercado", diz o sócio da consultoria Roland Berger, Stephan Keese. O setor espera vender mais de 3,8 milhões de veículos neste ano.

A montadora que mais ajuda a matriz é a Fiat, que respondeu, no primeiro semestre, por 17,7% das vendas globais da empresa, de 2,17 milhões de unidades, segundo dados compilados pela Roland Berger. Em 2001, era de 7,2%. Com a crise na Europa, que levou ao fechamento de várias fábricas na Itália, o Brasil, que já era importante mercado para a marca, transformou-se em seu pilar. "A Fiat sem o Brasil quebraria", afirma Keese.

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A subsidiária brasileira contribuiu com 7,4% das vendas totais da Volkswagen no primeiro semestre (4,7 milhões de unidades), porcentual próximo ao de 2001 (7,2%) e menor que o de um ano atrás (8,6%). "A Volkswagen do Brasil terá papel importante para o grupo atingir seu objetivo de produzir 10 milhões de veículos até 2018", ressalta Keese. O grupo trabalha para ser o maior fabricante mundial de veículos e estabeleceu como meta para o Brasil um milhão de unidades nesse período.

A GM brasileira respondeu por 7,8% do total de quatro milhões de carros vendidos pelo grupo globalmente, ante apenas 2,6% em 2001. A fatia da Ford do Brasil no desempenho mundial, que vendeu 2,8 milhões de veículos este ano, foi de 5,7%. Há um ano, a contribuição foi de 6,1%, mas, em 2001, não passou de 1,6%. Para o vice-presidente da Ford América do Sul, Rogelio Golfarb, "o Brasil é um país onde a competição é muito feroz e, por isso, ter sucesso aqui é muito importante para o grupo".