O medo da gripe A fez muita gente trocar o avião pelo carro, em viagens mais curtas. Foi o caso analista de sistemas Yurie Ishguri. Ela, o marido Luiz Nelson e os dois filhos tinham planos de ir para Bariloche (Argentina) em julho. "Como o local se tornou um foco da doença, descartamos", conta a analista.
A opção foi viajar para o interior de São Paulo para visitar parentes. Assim, o gasto foi reduzido a cerca de um terço do esperado. O dinheiro que "sobrou", diz Yurie, será utilizado em outra viagem no fim do ano, provavelmente para a Europa. "Mas vamos avaliar até lá. E se fecharmos o pacote com antecedência, vamos ficar atentos ao contrato para, se for o caso, poder cancelá-lo sem prejuízo."
Fim de ano
O diretor comercial da MGM Operadora, Arnaldo Levandowski, aposta que, assim como fez Yurie, outras famílias vão aproveitar a economia desse período vem viagens e passeios por receio da gripe para viajar no fim do ano. "Estamos apostando que vai haver um estouro. Estamos nos estruturando para isso, inclusive com planos de contratação de pessoas", diz. "Muita gente deixou não só de viajar, mas de sair, ir ao teatro e a restaurantes. Isso facilita a economia de dinheiro." Por outro lado, como as férias foram estendidas em julho e agosto, é bem provável que muitas famílias tenham que atrasar também as viagens de fim de ano. "Sem dúvida, o turismo de lazer vai perder com isso", diz o superintendente da rede Mabu de Hotéis e Resorts, Alberto Asseis.
No caso do médico Rodrigo Aguiar, no entanto, não há nem como programar a viagem para os próximos meses. Ele e a esposa Soyara embarcariam ontem para a Espanha e cancelaram os planos por causa da gravidez dela. "Ficamos com receio de pegar avião e também de sair do país e ela ter sintomas lá fora. Aqui, eu sei exatamente o que fazer. Não valia a pena arriscar", diz. "E agora, vai demorar para viajarmos de novo." A opção do casal foi viajar para o Rio de Janeiro de carro.