- Vigilantes decidem suspender a greve temporariamente
- Carros-fortes passam a circular com escolta da PM em Curitiba
- Audiência de conciliação pode encerrar greve dos vigilantes
- Paralisação fecha 65% das agências bancárias de Curitiba e região
- Greve de vigilantes fecha 130 agências bancárias em Curitiba
Os carros-fortes que circularam por Curitiba na quarta-feira (4) autorizados a furar os piquetes dos trabalhadores em greve por meio de decisão judicial, deixaram de abastecer as agências bancárias nesta quinta-feira (5). Por determinação do governador Roberto Requião, as equipes da Polícia Militar (PM) que acompanhavam os veículos tiveram de voltar para os batalhões, abandonando o serviço de escolta do transporte de valores. Para garantir a segurança dos trabalhadores, as empresas decidiram recolher os carros-fortes para as garagens.
Desde a quarta-feira (4), um interdito proibitório expedido pela 1ª Vara do Trabalho de Curitiba determina que os grevistas permitam a saída de três veículos de cada uma das cinco empresas que operam na cidade. Com isso, as empresas esperavam amenizar o problema do desabastecimento dos caixas eletrônicos de Curitiba, que está prejudicado desde a segunda-feira (2) por causa da greve dos trabalhadores de empresas de transporte de valores.
O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, afirma que o acordo entre o Comando de Policiamento da Capital (CPC) da PM e do Sindicato das Empresas de Transporte de Valores era ilegal. "Decidiram, sem nos avisar, que haveria escolta policial, contra nosso direito de greve. Liguei para o governador Roberto Requião e ele determinou o fim da escolta", acusa. Durante a tarde, o CPC foi informado da determinação de Requião. "Por volta das 15h30, recebemos um comunicado do gabinete do governador que determinava a suspensão da escolta policial", conta Gerson Benedito Pires, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Valores. Segundo ele, o interdito proibitório ainda vale, e os carros-fortes podem circular, mas, para garantir a segurança tanto dos trabalhadores quanto da população, o transporte de valores não será feito.
Desta forma, os problemas de falta de dinheiro nos caixas eletrônicos continuarão. Desde a terça-feira (3), clientes de diversas agências do Centro da cidade que querem sacar dinheiro encontram os caixas eletrônicos vazios.
Para Pires, houve um problema de interpretação do interdito proibitório. Ele acredita que a escolta policial estava prevista no documento. "Precisávamos dos policiais para garantir a segurança. Infelizmente houve um entendimento diferente por parte do governador", diz. Ele conta que, mesmo com o acompanhamento dos militares, houve agressão a funcionários do transporte de valores. "Tivemos dois casos de carros-fortes danificados e dois de trabalhadores agredidos. Imagine se colocássemos os veículos na rua sem a escolta", avalia Pires.
Em meio a esse impasse, uma audiência de conciliação está marcada para as 10 horas desta sexta-feira (6) entre os transportadores de valores e o sindicato patronal. A categoria pede a reposição da inflação, em torno de 7%, mais um aumento real de 5%. A última oferta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Estado do Paraná foi de um aumento de 5,5%, além de um acordo coletivo que prevê um reajuste equivalente a inflação também para a próxima data-base. "Não tem como aceitar uma proposta dessas, se eles o eles não cobrem nem a inflação", diz Soares.
Pires afirma que a proposta de 5,5% foi definida no fim do ano passado, quando ainda era discutido em quanto ficaria o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como base para o reajuste. "O sindicato dos trabalhadores logo disse que não aceitava e que não iria negociar", conta. "Assim temos que esperar a conciliação no TRT para chegar a algum acordo".
Vigilantes bancários
Embora o transporte de dinheiro para unidades bancárias não esteja sendo realizado, todas as agências de Curitiba e região devem ficar abertas normalmente para o atendimento ao público a partir desta quinta-feira (5). Os vigilantes que fazem a segurança em agências bancárias decidiram, na quarta-feira (4), suspender a paralisação da categoria, que completou três dias. Os trabalhadores aceitaram a proposta de reajuste de 10% feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT)em audiência de conciliação.
Logo após a assembleia que decidiu pela suspensão da greve, o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região determinou que todos os seguranças voltassem ao trabalho a partir desta quinta. "Alguns trabalhadores já retornaram às atividades durante a tarde, mas, em geral, as 250 agências que estavam fechadas de manhã permaneceram sem funcionar até o fim do dia".
Representantes dos trabalhadores e das empresas se reunirão novamente no TRT às 17 horas desta quinta-feira. Soares afirma que, se o sindicato patronal não aceitar o acordo proposto, a greve poderá ser retomada em 15 dias. "Estamos apenas suspendendo temporariamente a paralisação. Se os empresários não aceitarem a proposta do juiz, vamos esperar o julgamento da greve pelo juiz para voltar a cruzar os braços", afirma.
O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp-PR) ainda não informou se firmará o acordo durante a audiência.
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