Um grupo de trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de Curitiba, em greve desde a quarta-feira (16), fez entre o fim da manhã e o início da tarde desta quinta-feira (17) uma passeata pela Rua João Negrão, entre o bairro Rebouças e o Centro da cidade. Apesar da manifestação, a continuidade da greve pelos próximos dias ainda não está definida, uma vez que o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) deixou para votá-la apenas nesta tarde.
O protesto, segundo o Sintcom-PR mobiliza cerca de 200 pessoas, e começou logo após uma reunião dos trabalhadores para analisar uma proposta feita pela empresa no fim da tarde de quarta-feira. "De manhã apenas apresentamos a proposta para os sindicalizados. Às 17 horas faremos uma assembleia para votar os rumos da greve", disse Sebastião Cruz, secretário de finanças do sindicato.
A passeata saiu da frente do prédio dos Correios, no cruzamento da João Negrão com a Avenida Iguaçu, seguiu até a Praça Santos Andrade, e depois em direção à Boca Maldita, com distribuição de panfletos para explicar para a população os motivos da paralisação. O Centro de Controle Operacional da Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) informou à reportagem durante a manhã que não tinha informações sobre o trânsito, uma vez que não foi informada da passeata.
300 mil correspondências deixaram de ser entregues
A assessoria de imprensa da estatal informa que a paralisação dos trabalhadores não afeta o atendimento nas agências. No setor distribuição, entretanto, o balanço aponta que no primeiro dia de greve, deixaram de ser entregues em todo o Paraná cerca de 300 mil correspondências, das quais 150 mil eram endereçadas para Curitiba e região metropolitana. Diariamente, são feitas 1,3 milhão de entregas no estado 800 mil na capital paranaense.
Ainda por conta da greve, os serviços de Sedex 10, Sedex Hoje e o Disk-Coleta foram suspensos na tarde de quarta-feira. Envios por Sedex comum ainda são aceitos pelas agências, mas os clientes são informados de que há possibilidade de atraso na entrega das encomendas.
Negociação
Os trabalhadores dos Correios cruzaram os braços para reivindicar um índice de reposição salarial de 41,03%, que corresponderia a perdas ocorridas desde agosto de 1994. Na ocasião da deflagração da greve, a empresa oferecia reajuste de 4,5%. Outros pedidos dos trabalhadores são de aumento linear de R$ 300 no piso salarial da categoria, além de segurança armada e portas giratórias nas agências e redução da jornada de trabalho.
No fim da tarde de quarta-feira, a ECT fez uma nova proposta, de reajuste imediato de 9% para os trabalhadores e um aumento linear de R$ 100 para os empregados, a partir de janeiro de 2010. Segundo a empresa, os dois itens da proposta representam um aumento de salário de até 25% para os funcionários que ocupam cargos de nível médio. A estatal ainda ofereceu aumentos nos vales refeição/ alimentação, no Reembolso Creche e Babá, e no Auxílio para Filho Dependente de Cuidados Especiais.