O cartógrafo William Cartwright é presidente da Associação Internacional de Cartografia (ICA, na sigla em inglês) e pesquisador da universidade Instituto de Tecnologia Real de Melbourne (RMIT), na Austrália. Apesar de ser um usuário ativo de mapas online e gostar do design dos mapas do Google, ele faz ressalvas ao domínio da empresa nos serviços de localização pela internet, pontos que serão discutidos na conferência bienal da ICA que acontecerá em novembro, no Chile.
"Na perspectiva de um cartógrafo, o Google Earth é ótimo porque o globo virtual faz uma representação muito precisa da Terra. Mas o argumento contrário é que o Google não faz isso de graça. É uma grande empresa de publicidade e está buscando anunciantes que influenciam no resultado do mapa", diz.
Para ele, os serviços de mapas online são uma mudança na história da cartografia. "Antes, os mapas eram feitos por agências governamentais, com o dinheiro público, e não havia interesse comercial. Agora são empresas privadas que fazem e distribuem mapas em busca de publicidade. O Google já se tornou a maior dessas empresas. O tempo vai dizer se isso é uma coisa boa ou ruim", afirma.
O cartógrafo dá o exemplo da Austrália, onde vive, em que o Google praticamente acabou com seus competidores. Os rivais hoje chegam a usar a base de dados do buscador. O Google Maps é bastante procurado para fazer rotas, planejar férias, incluindo a versão pelo celular. Desde que a ferramenta Street View foi lançada, pessoas interessadas em comprar imóveis olham no Google Maps qual é a aparência da casa.
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