O governo americano reduziu quase pela metade a previsão de crescimento da economia neste ano e disse que o desemprego vai continuar em 9% em 2012. Segundo o Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca, o PIB dos EUA vai crescer 1,6%, ou seja, 1,5 ponto percentual a menos que a estimativa anterior, de fevereiro. O resultado é reflexo dos números do primeiro semestre em que a maior economia global teve uma expansão inferior a 1% e é insuficiente para fazer com que o desemprego tenha uma queda significativa.
A recuperação da economia americana é considerada fundamental para o sucesso de Obama nas eleições do ano que vem, mas no momento crescem os temores de que os EUA possam estar mergulhando novamente em uma recessão. O último ciclo negativo da economia dos EUA durou 18 meses, até junho de 2009, e foi o mais longo desde a Grande Depressão.
Indústria
Os números atuais dos EUA e das outras grandes economias mundiais não são promissores. O índice de produção industrial global, medido pelo JPMorgan, recuou em agosto pelo sexto mês consecutivo. Está no menor patamar desde junho de 2009, muito próximo do valor que mostra que o setor está em retração. O indicador aponta que a fraqueza está espalhada e não existe nenhuma grande economia que se destaque positivamente na melhor das hipóteses, há indústrias que têm expansão fraca.
O Brasil é um exemplo, já que, por este indicador, a indústria enfrentou em agosto o terceiro mês consecutivo de retração e teve o pior resultado em mais de dois anos. As indústrias dos países em desenvolvimento sofrem com o enfraquecimento das economias ricas, que importam menos. A indústria das nações desenvolvidas conta com as compras dos emergentes para compensar os problemas em casa.