Bird adia decisão sobre promoção da namorada do presidente

O Conselho de Direção do Banco Mundial (Bird) adiou uma reunião prevista para esta sexta-feira para analisar a promoção da namorada do presidente da entidade, Paul Wolfowitz, feita de forma irregular pelo próprio executivo, alegando que seria uma precipitação decidir como proceder.

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A Casa Branca informou nesta sexta-feira acreditar que o presidente do Banco Mundial (Bird), Paul Wolfowitz, continuará no cargo apesar da polêmica em torno da promoção e do salário de sua namorada, conselheira de comunicações do seu Departamento para Oriente Médio.

A porta-voz adjunta da Casa Branca, Dana Perino, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, "confia em Paul Wolfowitz e em seu trabalho à frente do Banco Mundial".

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Wolfowitz "concentrou suas prioridades na África, na governabilidade, e em como o Banco Mundial pode enfrentar melhor e de maneira mais eficiente as crises no mundo".

— Esperamos que permaneça como presidente do Banco Mundial. Ele conta com o apoio do presidente (Bush) — reiterou a porta-voz.

O presidente do Bird admitiu que foi o responsável pelo aumento de salário de sua namorada, Shaha Ali Riza, e pediu perdão por uma decisão que considera "errada".

— Cometi um erro que lamento — afirmou Wolfowitz, nesta quinta-feira, durante uma entrevista coletiva em que se mostrou visivelmente nervoso, e na qual deixou a porta aberta para uma possível saída do Banco.

No centro da polêmica, estão as circunstâncias envolvendo a transferência de Riza para o Departamento de Estado americano, em setembro de 2005, pouco após a chegada de Wolfowitz ao Banco Mundial.

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Para a namorada do executivo, o relacionamento significou uma promoção e dois aumentos salariais de mais de US$ 60 mil, o que catapultou sua renda anual para US$ 200 mil livres de impostos.

O montante foi calculado pelo Government Accountability Project, entidade com sede em Washington. O Bird se recusa a discutir o número. A alta é superior às permitidas pelas normas internas do Banco Mundial.

Riza, ainda no quadro de funcionários da organização financeira multilateral, foi transferida para o Departamento de Estado para evitar um conflito de interesses, já que Wolfowitz era seu superior, algo proibido pelas regras internas da instituição.

A funcionária deixou o Departamento de Estado em setembro de 2006, e trabalha agora em uma organização sem fins lucrativos.

O conselho executivo do Bird afirmou, em comunicado publicado hoje, que atuará "com rapidez" para chegar a "uma conclusão sobre possíveis medidas" a serem tomadas, por ocasião do escândalo.

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