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Automação residencial

Casa inteligente obedece ao telefone celular

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São Paulo – A tão sonhada casa do futuro já é uma realidade – e ela é controlada pelo celular. Depois de um investimento de R$ 10 milhões em pesquisa e desenvolvimento, o empresário Leonardo Senna e sua empresa Ihouse, especializada em tecnologia residencial, apresentaram na semana passada um apartamento que pode iniciar uma nova era nas residências de alto padrão, transformando em realidade muito do que até então só era possível nos desenhos animados dos Jetsons.

A residência de 480 metros quadrados e valor estimado de R$ 3,3 milhões, localizada no bairro paulistano do Itaim Bibi, é toda conectada à intenet. Por ser ligada à grande rede, ela pode receber comandos via telefone móvel. Preparar o banho na ducha ou na banheira, controlar a iluminação e as persianas, trancar e destrancar a porta de entrada, tudo isso pode ser feito a distância.

De acordo com Senna, o sistema desenvolvido por ele e pelos engenheiros da Ihouse é o primeiro a realizar a comunicação entre um telefone e uma casa. "Existiem soluções de automação residencial que dependiam do envio de um SMS para uma central, que decodificava a mensagem e então mandava o comando para a casa. Nosso produto oferece o painel de controle no próprio celular", explica.

A "inteligência" do apartamento do Itaim custou ao proprietário cerca de R$ 100 mil, mas Senna diz que existem vários níveis de automação oferecidos pela Ihouse. "Já temos parceria com incorporadoras como a Gafisa, a Cipesa e a Lindenberg. Já vendemos 400 unidades em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Manaus", comemora. Na Região Sul, a única cidade contemplada por enquanto é Florianópolis, onde a catarinense Condomínios Inteligentes deve entregar unidades equipadas com o sistema.

Os comandos on-line são possíveis porque a Ihouse vende a tecnologia para prédios ainda em construção, que incorporam o sistema antes da conclusão do projeto – por enquanto, nenhum prédio já construído sofreu alterações para adotar as novidades.

Como funciona

Os comandos dados no celular vão para um roteador do condomínio, depois para um roteador do apartamento e passam por um gateway da companhia, que envia as ordens para dentro do imóvel. Toda a comunicação dos roteadores com a residência é feita por meio de redes Ethernet, a mais popular em redes locais. A transmissão de dados dentro da casa, por sua vez, usa fios com a tecnologia CAN (Controller Area Network), bastante usada em sistemas de transporte por ser resistente a interferências eletromagnéticas. Senna explica que redes sem fio, como wi-fi, que poderiam facilitar – e baratear – a instalação do sistema da Ihouse, não são cogitadas por ainda não serem muito estáveis nem confiáveis.

O celular que controla a casa pode ser tanto da tecnologia CDMA (Vivo) quanto GSM (demais operadoras), com a diferença de que a primeira permite o download do aplicativo diretamente no aparelho – enquanto o "sistema do chip" depende de uma tranferência via USB a partir de um computador.

Smarthouse

Dentro da casa, os equipamentos inteligentes podem ser utilizados individualmente ou integrados através de um sistema central, o Smartcontrol. A solução aposenta os interruptores convencionais da casa. Ele é formado por uma central gráfica touchscreen que aciona diversos itens da residência, inclusive produtos já desenvolvidos pela Ihouse, como o chuveiro Smartshower, a Smartsauna, a Smartdoor e a banheira Smarthydro, coqueluche da empresa que já foi premiada na Alemanha pelo design.

O jornalista viajou a convite da Ihouse

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