Líder nacional entre as redes varejistas, com faturamento previsto de R$ 13,5 bilhões em 2006, a Casas Bahia atribui o fechamento das lojas de Maringá e Cascavel à "diminuição do poder de compra do público" e ao fato de as lojas não estarem "atingindo o retorno esperado". Mas, para profissionais do setor que conhecem as duas cidades, os pontos eram ruins e a empresa enfrenta muita concorrência naquelas regiões. Outras três unidades foram fechadas na Região Sul: uma em Santa Catarina (em Concórdia) e duas no Rio Grande do Sul (em Caxias do Sul e Campo Bom). Em todas, a empresa ainda mantém uma unidade funcionando. Os fechamentos não significam uma retração dos negócios na Região Sul, pois ainda neste semestre devem ser abertas 13 unidades, sendo três no Paraná, e um centro de distribuição em São José dos Pinhais.

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Para o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do estado (Faciap), Jefferson Nogaroli, as grandes redes costumam abrir e fechar unidades rapidamente. Por isso, ele não acredita em fechamentos em massa. "Não se trata de uma tendência. É um movimento de ajuste", diz. Ele também ressalta o descomprometimento das grandes redes com o desenvolvimento das cidades. "Elas pensam dez vezes antes de abrir, mas só uma antes de fechar."

A Federação também registrou fechamento no comércio varejista em cidades com até 15 mil habitantes onde cerca de 80% da renda da população está atrelada à agricultura. "Quanto maior a cidade, menos ela sofre", diz Nogaroli.

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Oli Sarolli, presidente do Sindmadeira, de Cascavel (oeste do estado), diz que, das 50 lojas moveleiras da cidade, algumas chegaram a experimentar um faturamento 50% menor este ano. Em Cascavel, profissionais do setor creditam o fechamento de uma das duas lojas da Casas Bahia ao ponto ruim. O shopping em que ela estava instalada é considerado menos interessante do que a Avenida Brasil, onde se encontra a segunda loja e outras do ramo. A loja fechada em Maringá também estava situada em shopping e sofreu grande concorrência das marcas mais tradicionais. Para Joílson Dias, professor de economia da Universidade Estadual de Maringá, a rede "não conseguiu se sobressair". (HC)