O empresário Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, construiu uma das maiores redes de varejo do país, mas ganhou dinheiro com a oferta de crédito para seus clientes, a grande maioria de baixa renda.Ele mesmo dava a receita: "compro por R$ 100 e vendo por R$ 200". Mas não era só. O grupo usava cerca de 60% de sua receita para o pagamento de fornecedores. A diferença era financiada em bancos a juros baixos, em torno de 2,5% ao mês.
Em suas lojas, as vendas eram parceladas no crediário cobrando juros de 6% ao mês.
Resultado: o crediário chegou a representar 90% do faturamento. Ou seja, na prática, a rede funcionava como um banco.
O negócio foi crescendo e os Klein passaram a ampliar sua rede adquirindo concorrentes, inclusive fora de São Paulo. Incorporaram a Casa Garçon, no Rio de Janeiro, a Domus, em Santos, a Modelar, em Ribeirão Preto.
No final dos anos 1990, o grupo já contava com mais de 200 lojas e empregava 12 mil funcionários, operando em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.
A rivalidade com Abilio Diniz, então dono do Grupo Pão de Açúcar, já era direta. A rede Extra também vendia eletrodomésticos. A disputa seguiu até 2009, quando ocorreu a fusão entre o Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar, e a Casas Bahia.
Samuel Klein participou das decisões, mas já não estava à frente da empresa, que passou a ser comandada por seu filho Michael Klein.
Com a fusão, surgiu a Via Varejo, empresa de R$ 18,2 bilhões em receitas presente em 337 cidades de 18 Estados.
O controle ficou com o Pão de Açúcar, mas o acordo só foi assinado depois de seis meses do anúncio.
Os Klein pediram mais dinheiro. Para eles, a Casas Bahia tinha sido mal avaliada. No final, conseguiram R$ 689 milhões a mais, perderam participação, mas ganharam poder de veto em algumas decisões do conselho.
Em 2006, com a venda do Pão de Açúcar para o grupo francês Casino, os conflitos societários ficaram insustentáveis. Os Klein tentaram recomprar a Casas Bahia, mas, sem acordo, saíram do grupo com R$ 1,6 bilhão no bolso após a abertura de capital da Via Varejo na BM&FBovespa.
Com parte do dinheiro, investiram em imóveis e na aviação executiva. São donos de 384 imóveis, avaliados em R$ 4 bilhões, entre lojas, prédios comerciais, centros de distribuição e galpões industriais alugados para bancos, redes varejistas e grandes empresas. Em 2013, faturaram R$ 246 milhões com imóveis. Agora querem também operar táxi aéreo, mas aguardam autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação).
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