A Case New Holland (CNH) demitiu neste mês 270 trabalhadores de sua fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que produz tratores e colheitadeiras. O objetivo da empresa é acompanhar a demanda do mercado de máquinas agrícolas, que teve forte retração no ano passado.
Embora o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) tenha organizado uma mobilização na semana passada contra o que classificou de "tentativa de demissões", a CNH confirmou à Gazeta do Povo que os cortes ocorreram no dia 7 de janeiro, e que os dispensados já não trabalham na empresa. Até então, a companhia empregava 2,2 mil pessoas na unidade, entre elas 1,5 mil metalúrgicos.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a CNH informou que "até este momento não estão previstas outras demissões". Questionada sobre eventuais medidas para minimizar o impacto das dispensas, disse estar em contato com o sindicato, "analisando as negociações".
Mercado em queda
No ano passado, as vendas domésticas de tratores das marcas New Holland e Case caíram 19,1% em relação a 2013, para 13,9 mil unidades. A retração foi mais forte que a sofrida pelo mercado brasileiro, que encolheu 14,5%, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A queda das vendas de colheitadeiras das duas marcas foi ainda mais forte, de 31,1%, para 2,9 mil unidades. Também nesse caso, o desempenho da CNH foi pior que o do mercado todo, que registrou retração de 25,9%.
As exportações da fábrica paranaense também caíram no ano passado. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a filial paranaense da CNH faturou US$ 141 milhões com as vendas ao exterior, 9,5% menos que em 2013.
Além disso, os estoques da empresa estão elevados. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o diretor do SMC Jamil Davila informou que as máquinas estocadas equivalem a cerca de dois meses de produção.