O laboratório de referência da OIE (Organização Nacional de Saúde Animal), com sede no Reino Unido, afirmou nesta sexta-feira que se trata de um caso atípico do mal da vaca louca o verificado numa unidade da JBS/Friboi, em Mato Grosso.

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Segundo nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, não há diagnóstico conclusivo, mas todos os dados disponíveis sobre o caso "apoiam o entendimento de se tratar de um caso atípico". O laboratório informou que as informações observadas e o exame não mostram nenhuma das características que apontariam para um caso clássico da enfermidade. Mesmo assim, o governo brasileiro deverá enviar ao laboratório inglês outra amostra do animal com a doença para novos exames.

Há dois tipos da doença - o atípico e o clássico. No caso atípico, a doença não é contraída por meio da ingestão de alimentos contaminados, mas sim desenvolvida pelo próprio animal, em idade avançada, espontaneamente. O bovino com a doença foi criado exclusivamente em sistema extensivo (a pasto e sal mineral) e foi abatido com cerca de 12 anos de idade.

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Já o tipo clássico, mais perigoso, é transmitido por meio da alimentação, geralmente quando o bovino come restos de outros animais infectados, como cérebro e medula óssea.

Em abril, o Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco emitiu laudo positivo para o caso típico da doença. Em seguida, o serviço veterinário oficial do Brasil enviou amostra do animal ao laboratório inglês, exigência da OIE.

O sistema de defesa do Ministério da Agricultura fez ainda a triagem de 49 bovinos com idade avançada - de 11 a 13 anos - em propriedades próximas à do caso e sacrificou esses animais para exames. Em nenhum deles foi encontrado o agente infeccioso que causa a doença, que se aloja no sistema nervoso do animal.

Segundo o ministério, isso demonstra, de forma "inequívoca" que o animal identificado é um caso isolado e não representa risco algum para a saúde pública.

Embargos

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As embaixadas brasileiras e o serviço veterinário oficial do Brasil estão disponíveis para esclarecimentos aos parceiros comerciais, informou o ministério. O Egito decidiu embargar por 180 dias a carne bovina de Mato Grosso. O Peru também impôs embargo temporário, nesse caso, à carne proveniente de todo o país. Uma comitiva da Rússia, maior comprador de carne bovina brasileira, esteve reunida nesta sexta com técnicos do governo, mas, segundo o Ministério da Agricultura, não manifestaram intenção de barrar as compras do produto.