Castro – Uma das responsáveis pela criação dos produtos Batavo – que aparecem entre as marcas de lácteos mais fortes do país –, a Cooperativa Agropecuária Castrolanda, com sede em Castro (região dos Campos Gerais), voltará a atuar no setor, produzindo os próprios itens. A cooperativa investirá R$ 17 milhões na construção de uma fábrica de leite condensado e creme de leite. A decisão só depende de aprovação em assembléia dos quase 650 associados da cooperativa.

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Dona da mais produtiva e avançada bacia leiteira do país, a Castrolanda está afastada da fabricação de lácteos desde 1998. Naquele ano, a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná (CCLP) – formada por ela e as cooperativas Batavo e Capal –, venderam o controle acionário (51% das ações) à italiana Parmalat. Foi criada então a Batávia SA, que passou a ser a detentora da marca Batavo, criada em 1954, com a formação da CCLP. Desde 2004, com a falência da Parmalat, o controle acionário da Batávia está nas mãos da Perdigão.

A fábrica da Castrolanda deverá ficar pronta em meados de 2007. Voltará seus produtos principalmente à exportação, aproveitando-se do rígido controle sanitário de seu rebanho leiteiro e da rastreabilidade que acompanha todas as etapas da produção. No âmbito da cooperativa, já estão erradicadas doenças que ainda afastam o Brasil do mercado internacional, como brucelose e tuberculose. Isso faz da Castrolanda grande fornecedora das principais indústrias lácteas do país – como Nestlé, Danone e a própria Batávia –, que exigem matéria-prima de alta qualidade.

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Cauteloso, o presidente da Castrolanda, Frans Borg, prefere dizer que, enquanto não for aprovada em assembléia, a nova fábrica não passa de um projeto. A cooperativa, fundada por imigrantes holandeses em 1951, teve faturamento de R$ 524,3 milhões em 2005. Além do leite, seus principais produtos são suínos, soja, milho e batata. Atualmente, possui apenas uma fábrica, de batata frita, inaugurada em 2003.

Agroleite

A excelência da Castrolanda na produção leiteira ficará em exposição até sábado, no Agroleite 2006. É o principal evento do setor no país. Reúne 600 animais de elite das raças holandesa, jersey e pardo-suíço, além de 97 expositores de produtos para o segmento. Nesta edição, pela primeira vez, o Agroleite sedia a Exposição Nacional da Raça Holandesa. O volume de negócios previsto é de R$ 10 milhões, 42% acima dos R$ 6,8 milhões do ano passado.

Uma das grandes atrações do Agroleite é um torneio de produção leiteira que reúne 14 vacas, de oito produtores. Até sábado, os animais são ordenhados nove vezes e vigiados 24 horas por dia por fiscais da cooperativa, para evitar fraudes. O resultado será divulgado no encerramento do evento.

Embora ainda não se conheça a vencedora, a organização espera uma média acima de 80 litros diários por vaca. Caso mantivesse essa produção durante os 11 meses de lactação – o que é difícil, porque só são levados à competição os animais no auge de seu período produtivo –, uma vaca produziria até 12 mil litros anuais, um índice próximo do da Dinamarca, líder mundial em produtividade. A média brasileira é de apenas 1,1 mil litros por ano. Na região de Castro, essa média chega a 7 mil litros.

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Segundo Borg, o segredo da produtividade é uma soma entre genética e investimentos em alimentação e sanidade dos animais. A raça holandesa representa 80% dos 220 associados da Castrolanda que produzem leite.

Serviço: A Agroleite 2006 vai até sábado, no Parque de Exposições Dario Macedo. Os portões ficam abertos entre as 8 e as 18 horas, com entrada gratuita. Informações no site www.agroleitecastrolanda.com.br.