A reedição do decreto estadual que beneficia o setor de informática era tida, na reunião do secretariado, como fator decisivo para a instalação da fábrica de computadores do grupo CCE no município da Lapa. A fábrica foi anunciada na semana passada pelo governo do estado. A empresa manteve ontem o silêncio, negando-se a liberar qualquer informação a respeito de um possível investimento no Paraná.
Ainda assim, o prefeito da Lapa, Miguel Batista, arriscou-se em uma entrevista coletiva para falar do projeto cuja operação, segundo ele, começa no ano que vem. "Se não tivesse incentivo, a empresa iria cancelar o projeto. Não haveria motivo para virem ao Paraná", disse, sem esconder certo receio: "Outros projetos já foram anunciados no Paraná e depois cancelados".
Batista já calcula quanto vai ganhar no "rateio" de ICMS entre os municípios do estado. A fatia atual de 0,21% vem do faturamento com grãos, e deve aumentar consideravelmente com a chegada da fabricante de hardware.
O prefeito enumera os fatores que teriam sido decisivos para a escolha da Lapa, como a existência de uma unidade industrial inativa no município, própria para a necessidade da CCE. "Também influenciou a qualidade de vida da cidade e o fato de ficar próxima a Curitiba."
Além do benefício fiscal destinado ao segmento de informática, o governo oferece à CCE quatro anos para iniciar o pagamento de 90% do ICMS; outros quatro para efetuar o pagamento, como parte do programa Bom Emprego; e dilação do ICMS incidente na fatura de energia da Copel, de dois anos, com mais dois para o pagamento.