Queridinho dos brasileiros entre as aplicações de renda fixa, o Certificado de Depósito Bancário (CDB) está perdendo espaço para outros títulos. Entre julho de 2013 e o mesmo mês neste ano, o estoque de CDBs caiu 10,2%, segundo dados da Cetip, a consolidadora do mercado financeiro.
Enquanto isso, papéis de renda fixa com isenção de Imposto de Renda como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) atraíram mais investidores. Em um ano, os estoques dos títulos subiram 55% e 26%, respectivamente.
"A isenção fiscal das pessoas físicas em LCIs e LCAs é atraente tanto para o banco como para quem aplica", diz o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello. Os bancos ganham mais um chamariz para trazer mais investidores para os seus papéis e quem aplica, uma rentabilidade maior, pois não paga taxa de administração, como nos fundos, nem IR, como nos CDBs. No resgate da renda fixa convencional, é cobrado Imposto de Renda conforme o tempo da aplicação, começando em 22,5% para períodos inferiores a seis meses e terminando em 15% quando o prazo ultrapassa dois anos.
O ganho da isenção fiscal não é repassado integralmente ao investidor. Tanto em CDBs como nas letras, o retorno se dá sobre um porcentual do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa parecida com a Selic. Se um CDB rende 90% do CDI, por exemplo, no investimento nas letras os bancos diminuem a porcentagem para 80% do CDI para levar parte do ganho fiscal. Mas parte do mercado fala que, na maioria das vezes, o investidor consegue negociar boas taxas.
Riscos
Apesar de o dinheiro das LCIs e LCAs ser usado no crédito imobiliário e do agronegócio, para o investidor o risco é do banco. Mesmo que o tomador de crédito não pague o empréstimo, a instituição tem de honrar o compromisso com o aplicador. O risco do CDB também funciona assim, mas o crédito é livre, ou seja, o banco utiliza o dinheiro para empréstimos em qualquer modalidade.