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Veja como ficarão as novas cédulas do real |
Veja como ficarão as novas cédulas do real| Foto:

Juros

Bernardo nega divergências

Um dia depois de ter ficado mais explícita a diferença de opiniões entre Ministério da Fazenda e Banco Central sobre o ritmo de crescimento da economia e a eventual necessidade de se subir os juros no curto prazo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tentou amenizar o clima e negou que haja qualquer tipo de divergência entre os dois principais nomes da equipe econômica: os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (BC).

"Temos de ter muito cuidado porque tem gente que joga", afirmou, ao comentar que há muito especulação sobre a condução da economia no Brasil. "Não estou vendo divergência nenhuma", disse Bernardo.

Anúncio conjunto

Ele também negou que o anúncio da nova família de cédulas do real, feito ontem em conjunto por Mantega e Meirelles tenha tido o objetivo de desfazer o mal-estar entre as duas pastas. Bernardo, que esteve no Ministério da Fazenda, até brincou que esperava ser convidado para o almoço em que foram apresentadas as novas cédulas, o que não ocorreu porque os dois (Mantega e Meirelles) subiram de "braços dados" no elevador para a divulgação.

Após quase 16 anos de circulação, o real ganhará a partir do fim de abril uma nova família de cédulas, que foram redesenhadas para dificultar a falsificação e facilitar o reconhecimento das notas pela população, incluindo os deficientes visuais. Não será necessário correr aos bancos para fazer a troca do papel moeda, pois a substituição será feita à medida que as cédulas atuais se desgastarem.

Com mais itens de segurança, as cédulas também serão impressas em tamanhos variados, de acordo com o valor. Ou seja, a nota de R$ 2 será menor que a de R$ 5, e assim por diante. Apenas a nova nota de R$ 10 terá o mesmo tamanho de hoje.

A estreia será feita com as notas de R$ 50 e R$ 100, cédulas que concentram cerca de 95% das falsificações do dinheiro brasileiro. Em no máximo dois anos, todas as notas terão suas novas versões na rua e a expectativa é que 100% do dinheiro em circulação já seja da nova família em 2013 ou 2014.

Custo maior

Por serem de tamanhos diferentes e com novos elementos de segurança, a impressão dessas cédulas custa, na média, 28% mais que o valor atual. Segundo o chefe do Departamento de Meio Circulante do Banco Central, João Sidney de Figueiredo, o BC paga R$ 168 para imprimir mil notas atuais. Agora, passará a pagar cerca de R$ 200 para imprimir o mesmo número de cédulas.

Ele acredita, porém, que o custo maior será compensado com o tempo, uma vez que as cédulas novas terão uma vida útil 30% maior. Atualmente, notas de maior valor – R$ 20, R$ 50 e R$ 100 – circulam entre 2,5 e 3 anos. As de menor valor – de R$ 2 e R$ 5 – têm vida de até 1 ano, geralmente.

As novas cédulas do real também servirão para combater um dos principais problemas do dinheiro no Brasil: a falsificação. Dados do BC mostram que, atualmente, existem 143 notas falsas para cada 1 milhão de cédulas em circulação. A taxa de dinheiro ilegal no Brasil é cerca de três vezes superior à observada na Europa, já que a média da região do euro é ter 53 cédulas falsas a cada milhão.

Segundo o ministro da Fa­­zenda, Guido Mantega, a renovação da moeda vem em um mo­­mento no qual a atividade econômica em expansão necessita de mais meio circulante. Ele afirmou que o novo dinheiro será emitido dentro de padrões tecnológicos compatíveis com os usados na fabricação das cédulas de euro.

Para a fabricação da nova família, a Casa da Moeda investiu cerca de R$ 400 milhões nos últimos anos, dos quais R$ 260 milhões foram gastos com a compra de máquinas de impressão. Assim, a estatal também poderá atender às exigências para a impressão de dinheiro de outros países, algo que não é feito desde meados da década de 1980.

"Forte demais"

Mantega também afirmou que o real é uma moeda forte porque o Brasil é uma economia forte. "Às vezes alguns empresários reclamam que a moeda é forte demais, mais isso é da vida, infelizmente a vida é assim", disse o ministro na solenidade de apresentação da nova família de cédulas do real.

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