Frutas secas, uvas, cerejas, bacalhau. Os produtos importados mais procurados pelos consumidores para as ceias dessa época de festas estão mais caros e pesando no bolso dos curitibanos. Como não dá para cortar tudo, muita gente tem optado por comprar, mas em menor quantidade ou dando preferência por qualidades mais em conta.
A feirante Solange Roks, encarregada de uma barraca de produtos importados no Mercado Municipal de Curitiba, conta que o comportamento dos consumidores mudou. “Agora ao invés de eles levarem as nozes e castanhas inteiras, escolhem as quebradas que saem mais barato. Ano passado, a maioria das pessoas escolhia os damascos maiores, agora os menores estão saindo mais”, diz.
Em outubro, a previsão da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (ABBA) era de que a alta do dólar impactaria em até 30% no preço dos alimentos e bebidas importadas. Nas prateleiras poucos dias antes do Natal, alguns aumentos chegam a 100%, segundo os comerciantes.
“A amêndoa, por exemplo, subiu 100% em comparação com o ano passado. Os clientes até levam, mas diminuíram bastante a quantidade. Só para não deixar passar em branco mesmo”, diz Maria Aparecida Oliveira, proprietária de um empório no Mercado Municipal.
Segundo o Banco Central o valor do dólar sofreu um aumento de cerca de 40% este ano. O impacto nos produtos importados mais usados nas ceias de fim de ano foi grande, principalmente para os feirantes que não conseguiram negociar antecipadamente ou que dependem de compras mais frequentes.
“As compras caíram pela metade. Quem levava dois quilos, agora está levando um”, diz Rubens Ney Rodrigues, proprietário de uma barraca de frutas no Municipal. Segundo ele, em duas semanas o preço da caixa da uva importada passou de R$ 95 para R$ 130. “O dólar nos prejudicou muito esse ano”, diz.