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Telefonia

Celular explosivo

Rio de Janeiro (AG) – Nos últimos tempos, quatro casos seguidos de explosões fizeram os consumidores perceberem que celulares explosivos não são lendas urbanas. Afinal, celular é ou não é uma arma em potencial? Ainda há mais divergências que concordâncias sobre o assunto, mas é melhor prevenir do que remediar. Os números, pelo menos, são tranquilizadores. Só no Brasil, são mais de 80 milhões sendo usados todos os dias; destes, apenas quatro explodiram.

As suspeitas recaem sobre o mau uso da bateria e utilização de capas de plástico que impedem a dispersão do calor gerado pela bateria. No último caso registrado, da aposentada Tutako Almeida, em São Paulo, o aparelho explodiu enquanto a bateria era recarregada. Já no de Maria Isaura Lima Nascimento, as suspeitas são de problemas causados por bateria falsificada. A Motorola divulgou o laudo técnico que comprova o fato.

Várias marcas

Entre 2003 e 2004, foram registrados nos Estados Unidos 83 casos de explosões de celulares, de diversas marcas. Ano passado, um celular da Nokia explodiu na Malásia, provocando queimaduras sérias: o dono do aparelho, que trabalhava próximo a um pólo de alta voltagem, teve a perna direita amputada e ainda perdeu cinco dedos do pé esquerdo no acidente.

Em julho do ano passado, um celular da Nokia explodiu em Belém, causando queimaduras no comerciante Jesus Andrade. Ainda em julho de 2005, o funcionário público Roberto Izzo, de 28 anos, teve queimaduras na córnea, no braço esquerdo, nas costas e na nuca. Na época, Izzo afirmou que a lesão ocorreu quando a bateria de seu telefone celular Motorola explodiu enquanto ele atendia uma ligação em sua casa.

Os fabricantes se defendem afirmando que os acidentes são causados pelo uso de baterias e recarregadores falsificados, além de capas plásticas e outros acessórios que podem "sufocar" as baterias. Os fabricantes também ensinam os consumidores a tomar cuidados básicos que impeçam este tipo de acidente. A Motorola recomenda, por exemplo, que o comprador fique de olho na procedência das baterias e carregadores que adquire.

No fim de 2003, a Motorola lançou o Projeto de Identificação de Baterias Falsificadas. Foram distribuídos, nas autorizadas de todo o país, caixas com luz negra, similares às usadas para cédulas. Com a luz negra, é possível diferenciar o holograma do acessório original do usado pelo produto falsificado. A Motorola enfatiza a importância da compra de produtos originais, principalmente porque estes trazem a garantia de segurança do fabricante e a chancela de seus engenheiros.

A respeito dos casos recentes de explosões de celulares Motorola, a empresa disse em nota que "possui total interesse na apuração do caso. No entanto, a Motorola ainda não teve acesso aos aparelhos envolvidos nas situações. No primeiro caso, o mesmo foi entregue pela consumidora à autoridade policial competente. No caso de Jacqueline Leão a Motorola entrou em contato e a mesma concordou em entregar o aparelho para a empresa. Por estas razões, é prematuro especularmos sobre as causas dos incidentes até que tenhamos um laudo oficial que averiguará, dentre outras coisas, a originalidade dos produtos e sua forma de utilização.

Enquanto isso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que pretende lançar uma norma técnica que certifique baterias originais de celulares. Nos casos das explosões, a agência divulgou que desconfia de problemas durante a recarga dos aparelhos. Segundo a Anatel, "na maioria das vezes as explosões estão associadas a equipamentos recondicionados ou que entraram ilegalmente no país."

"A bateria explode por causa do calor. Mas isso não deveria acontecer porque sua potência é muito baixa. Em condições normais, o risco é praticamente zero", diz o mestre, doutor em Física e escritor Luiz A. M. Scaff.

Por condições "normais", entenda-se bateria e acessórios originais.

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